O friozinho gostoso que atrai turistas para a Região Serrana do Espírito Santo tá deixando os agricultores de cabelo em pé! A culpa? A queda brusca de temperatura, que tá afetando a produção de tomate, um cultivo bem sensível ao frio. Resultado? Preços nas alturas!
A Embrapa recomenda temperaturas entre 15°C e 25°C pra germinação das sementes de tomate. Pra o desenvolvimento e produção, a variação ideal fica entre 10°C e 34°C. Mas, olha só, em Afonso Cláudio e Venda Nova do Imigrante, principais polos produtores do estado, os termômetros registraram mínimas de 9,7°C e 6,1°C, respectivamente! Isso, segundo o Incaper, é bem abaixo do que as plantinhas aguentam.
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A consequência? Colheita mais lenta e frutos com desenvolvimento comprometido. Menos tomate no mercado significa, inevitavelmente, preços mais salgados.
A colheita já é naturalmente menor no inverno, como explicou o produtor Cássio Gobbi. “Normalmente, os primeiros frutos amadurecem em 70 dias. No inverno, esse período vai para 90, e a gente colhe menos vezes por semana”, comentou. Mas com esse frio intenso, a situação ficou ainda pior: menos frutos amadureceram no tempo certo.
Bruno Cesconetto, produtor de tomate-cereja, estima uma queda de 35% na produção este ano, comparado aos cerca de 380 toneladas do ano passado. “Este ano, o inverno tá com temperaturas baixas por mais de 90 dias. Geralmente, temos picos de frio, mas com temperaturas que voltam ao normal. Mas dessa vez, as temperaturas baixas se prolongaram, fazendo com que a gente colha muito menos. Com menos colheitas, o ciclo da planta fica mais longo”, explicou.
E o pior? Essa friaca pode até impactar as vendas de Natal, época de alta demanda por tomate-cereja. A planta, que já deveria estar produzindo, ainda precisa de mais tempo para amadurecer. Com isso, os produtores perdem a janela ideal de plantio para atender à demanda natalina. Uma situação complicada, né?
Menos oferta, preços nas alturas! O atraso na maturação resultou em uma colheita bem menor. “Caiu muito a oferta, mas a demanda continua a mesma, o que leva os preços lá em cima”, destacou Bruno Cesconetto.
Em Vitória, segundo o Dieese, o consumidor pagava R$ 58 por 9 kg de tomate. Em junho, o preço subiu para R$ 97 para a mesma quantidade! Apesar do aumento no preço, a receita do produtor não necessariamente aumenta. “Como a gente colhe menos, o faturamento para o período se mantém praticamente o mesmo”, lamentou Cesconetto.
Evaldo de Paula, extensionista do Incaper, ressaltou a importância do manejo adequado do cultivo do tomate, incluindo a nutrição das plantas e monitoramento constante. Uma solução, segundo ele, seria o uso de estufas, que permitem controlar temperatura, pragas e doenças. A tecnologia no campo também é um ponto crucial, segundo o extensionista.
“Hoje, somos referência nacional em qualidade, tecnologia e produtividade. O tomate produzido aqui na região é muito bem aceito e distribuído por todo o estado e também no país”, completou.
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Fonte da Matéria: g1.globo.com