Imagens de pessoas usando máscaras contra a fumaça, enquanto um incêndio florestal consome Veiga das Meas, perto de Verin, na província de Ourense, Galícia, pintam um quadro assustador da situação na Espanha. Essa é a realidade que acompanhou a onda de calor de 16 dias em agosto, classificada pela Agência Nacional de Meteorologia (Aemet) como a mais intensa desde que se tem registro. Olha só: a Aemet anunciou isso no domingo (24), via X (antigo Twitter).
Dados preliminares mostram que a onda de calor de agosto superou, e muito, a de julho de 2022. A diferença? Temperaturas 4,6°C acima das máximas esperadas para uma onda de calor! Em 2022, esse desvio foi de apenas 4,5°C. Uma diferença pequena, mas significativa, que demonstra a gravidade da situação.
Desde 1975, foram registradas 77 ondas de calor na Espanha. Dessas, seis apresentaram uma anomalia de temperatura de 4°C ou mais. E sabe o que é mais preocupante? Cinco dessas ondas aconteceram desde 2019! Isso indica um claro agravamento desses eventos climáticos extremos. A gente precisa prestar atenção nisso!
A onda de calor, que durou de 3 a 18 de agosto, teve um período ainda mais crítico: entre os dias 8 e 17, foram registrados os dez dias consecutivos mais quentes da história espanhola, pelo menos desde 1950. Impressionante, né?
O Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII) estima que mais de 1.100 mortes podem ser atribuídas a essa onda de calor. Segundo o sistema “MoMo” do ISCIII, que analisa as variações de mortalidade diária, o número chega a 1.149 óbitos. O MoMo compara os dados com séries históricas e considera fatores externos, incluindo as temperaturas fornecidas pela Aemet, para chegar a essa estimativa. Vale lembrar que o sistema não estabelece uma relação de causa e efeito direta, mas sim a melhor aproximação possível, considerando a onda de calor como fator decisivo.
Em julho, o MoMo já havia atribuído cerca de 1.060 mortes ao calor, um aumento de mais de 50% em comparação com o mesmo período de 2024. Uma situação alarmante que precisa de nossa atenção imediata.
Além das mortes por insolação, o calor extremo também contribuiu para alimentar os devastadores incêndios florestais na Espanha e em Portugal. Oito pessoas morreram – quatro em cada país – e mais de 400.000 hectares foram devastados. A situação é realmente crítica. A gente precisa agir!
Fonte da Matéria: g1.globo.com