Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Notícias

60 Anos da Jovem Guarda: 60 Músicas que Explodiram o Primeiro Movimento Pop Brasileiro

Olha só que incrível! Se passaram 60 anos desde aquele domingo, 22 de agosto de 1965, às 16h, quando Roberto Carlos, Erasmo Carlos (1941-2022) e Wanderléa, sem nem desconfiar, iniciaram uma verdadeira revolução na música pop brasileira, ainda tão novinha na época. A TV Record lançou o programa Jovem Guarda, que pegou fogo, impulsionado pela Beatlemania que já dominava o mundo desde 1964. Virou febre entre os “brotos”, como se chamava a galera jovem naquela época. Nascia ali o movimento Jovem Guarda, o primeiro movimento pop genuinamente brasileiro!

Na real, antes disso, entre 1959 e 1962, já rolava uma pré-história do pop nacional. Celly Campello (1942-2003) liderava um time de cantores estreantes que interpretavam rocks ingênuos (muitas vezes, versões de sucessos internacionais), twists e calypsos. Era uma alternativa para os jovens que não curtiam o drama dos sambas-canção e boleros, mas também não se identificavam com a leveza da bossa nova. Celly fez história, sem dúvida, mas nada se compara ao tsunami que a Jovem Guarda representou.

Aí, chega Roberto Carlos com sua energia, mandando tudo pro espaço no ritmo do rock! Apesar de não ter uma bandeira política explícita, a rebeldia da Jovem Guarda causou um impacto gigantesco: mudou comportamentos, costumes, e trouxe a guitarra – e o órgão do tecladista Lafayette Coelho (1943-2021) – para o cenário musical brasileiro, mexendo com a juventude e irritando a turma mais nacionalista, com figuras como Elis Regina (1945-1982).

Muita gente, principalmente os puristas da MPB, não curtiu a Jovem Guarda. Achavam que os ídolos comandavam as massas como se o Brasil não estivesse sob uma ditadura. Durante o auge do programa, o país parecia um conto de fadas, quase cor-de-rosa, como o filme “Diamante Cor-de-Rosa” que o Roberto lançaria em 1970. Para a elite da MPB que estava surgindo em 1965, com o início da era dos festivais, a música do Roberto era sinônimo de alienação. A mesma crítica se estendia a Erasmo, Wanderléa, Jerry Adriani (1947-2017), Wanderley Cardoso, Eduardo Araújo, Martinha, Os Vips, Leno & Lilian… enfim, a todos os ídolos da Jovem Guarda.

Apesar de nunca ter se envolvido diretamente com política, o programa Jovem Guarda rolou até 24 de outubro de 1968, quando começou a perder força entre os jovens. A Tropicália, que inclusive reconhecia a importância do trabalho de Roberto Carlos, mudou as regras do jogo. Caetano Veloso, alertado por Maria Bethânia, passou a valorizar o “iê-iê-iê” romântico da Jovem Guarda. Mas em 1968, o movimento deu seus últimos suspiros. Acabou. Mas as músicas ficaram, gravadas na memória afetiva de quem viveu aquela época, passando de geração em geração até hoje.

A base sólida da Jovem Guarda foi a música de Roberto Carlos, com a parceria incrível dele com Erasmo Carlos. Sem as composições deles, e sem algumas pérolas de outros compositores como Getúlio Cortes e o guitarrista Renato Barros (1943-2020), o repertório da Jovem Guarda seria bem mais fraco, cheio de versões de músicas estrangeiras. A parceria de Roberto e Erasmo, que começou em 1963, foi fundamental para que a Jovem Guarda não fosse só uma cópia barata dos Beatles e outros artistas internacionais.

O legado do Tremendão (Erasmo Carlos) para a música brasileira vai muito além da Jovem Guarda e da dupla com Roberto. Na real, depois do fim da Jovem Guarda, só Roberto e Erasmo conseguiram se manter com trabalhos autorais de sucesso nos anos 70. Muitos outros ídolos do movimento acabaram migrando para o sertanejo (como Sérgio Reis) ou para um estilo mais “cafona”, herdeiro do sentimentalismo simples das tardes de domingo.

Para celebrar os 60 anos da Jovem Guarda, o Blog do Mauro Ferreira preparou uma lista com 60 músicas – composições originais e versões de sucessos internacionais – lançadas entre 1964 e outubro de 1968, que fizeram parte da trilha sonora das tardes de domingo da juventude brasileira.

**Repertório:**

**(A lista de músicas segue como no artigo original, mantendo a numeração e as informações de autoria e intérpretes).**

Fonte da Matéria: g1.globo.com