Olha só que absurdo! Quase sete em cada dez denúncias de crimes digitais recebidas pela SaferNet entre janeiro e julho de 2025 foram sobre exploração sexual infantil. Isso mesmo, 64%! A ONG divulgou essa informação preocupante num relatório nesta quarta-feira (20). O Canal Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da SaferNet recebeu um monte de relatos, mas a maioria esmagadora – quase 70% – envolvia esse tipo de crime hediondo. Os outros crimes digitais, como racismo e violência contra a mulher, também foram denunciados, claro, mas o número de casos de abuso sexual infantil é assustador.
A SaferNet, que luta contra crimes e violações de direitos humanos na internet, bateu um martelo: quando crianças e adolescentes estão envolvidos, não existe consentimento. É sempre violência, exploração ou coerção, tá? Nada a ver com sexualidade legítima. Ponto final.
E, sabe o que aconteceu em agosto? Uma explosão de denúncias! Tudo por causa de um vídeo do influenciador Felca, o “Adultização”, que viralizou com mais de 40 milhões de visualizações na primeira semana. O vídeo denunciou a exploração sexual de menores nas redes sociais, e, meu Deus, o impacto foi brutal. Entre 1º e 18 de agosto, foram 6.278 denúncias anônimas sobre suspeitas de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes. Mais da metade (52%) dessas denúncias vieram depois que o vídeo bombou. A SaferNet chegou a receber até 500 denúncias por dia! Impressionante como esse vídeo gerou um debate gigante e fez muita gente se mobilizar para denunciar esses conteúdos ilegais.
Esse “PL da Adultização”, que trata da proteção de crianças e adolescentes na internet, já tinha passado no Senado em 2024, mas estava parado na Câmara. Com toda essa repercussão, ele entrou em regime de urgência na terça-feira (19).
Mas tem mais um alerta grave no relatório da SaferNet: o uso da Inteligência Artificial para criar esse tipo de conteúdo ilegal. A ONG tá vendo um aumento preocupante na manipulação de imagens reais de crianças – incluindo influenciadores mirins, atrizes e até pessoas anônimas – e também na criação de imagens totalmente artificiais, os famosos deepfakes. Independente de ser real ou artificial, o dano é real. A humilhação, o impacto psicológico e o risco de extorsão são igualmente graves para a criança ou adolescente que tem sua dignidade sexual violada. E o pior? Com a IA, a velocidade de disseminação desse material é muito maior, amplificando o potencial de dano. É um cenário assustador.
Fonte da Matéria: g1.globo.com