** Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, disparou fortes críticas contra os Estados Unidos nesta quarta-feira (20). A declaração veio um dia depois do governo Trump anunciar que usaria “toda a força” contra ele. Olha só a situação! Durante uma cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – que inclui Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Antigua e Barbuda e São Vicente e Granadinas – Maduro denunciou as “agressões imperialistas” e pintou um cenário de disputa na América Latina e no Caribe entre “forças independentistas e as forças obscurantistas estadunidenses”.
“Somos uma aliança de guerreiros pela paz”, afirmou Maduro. “Mas, sabe?, o que marca essa fase, da qual sairemos vitoriosos, é a crueldade e a normalização das ameaças de uso da força. Estamos num frenesi de ameaças constantes. Eles lançam uma ameaça aqui, outra ali… Acreditam ser donos do mundo! Acham que uma simples palavra deles basta para que os povos se rendam e entreguem suas terras e pátrias”, acusou o presidente venezuelano, indignado.
Maduro, relembrando a Revolução Bolivariana de Hugo Chávez e exibindo a Constituição venezuelana, garantiu a “capacidade de luta” do país para qualquer cenário. Ele confirmou a mobilização militar em resposta às “últimas ameaças à paz e soberania” venezuelanas. Por fim, apelou à união dos países aliados em defesa da Venezuela.
**As ameaças dos EUA:** Na terça-feira (19), a porta-voz do governo Trump, Karoline Leavitt, declarou que o então presidente usaria “toda a força” contra o regime de Maduro, chamando-o de “fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista”. A palavra usada em inglês, “power”, pode ser traduzida tanto como “força” quanto “poder”, o que deixa a situação ainda mais nebulosa.
Essa semana, os EUA posicionaram três navios de guerra – os destróieres USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, equipados com sistemas de mísseis guiados Aegis – no sul do Caribe, perto da Venezuela. Segundo agências como Reuters e AP, mais de 4.000 militares foram deslocados para a região, sob o pretexto de combater cartéis de drogas. Trump havia prometido usar força militar contra o tráfico organizado, classificado por Washington como terrorismo global. Leavitt não desmentiu a movimentação da frota, mas a localização exata dos navios e seus planos ainda não estão claros. A Reuters informou que a manobra, iniciada na segunda-feira (18), duraria cerca de 36 horas.
O governo venezuelano classificou as acusações americanas como “ameaças” que “não só afetam a Venezuela, mas colocam em risco a paz e a estabilidade regional”. Maduro, em discurso na segunda (18), sem mencionar os navios, assegurou que a Venezuela “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras”, referindo-se à “ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”.
**A recompensa:** Em 7 de [mês], os EUA aumentaram a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões). Isso é inacreditável! O valor supera até mesmo o oferecido por informações sobre Osama Bin Laden após os atentados de 11 de setembro de 2001. Para a procuradora-geral Pam Bondi, Maduro é um dos “maiores narcotraficantes do mundo” e ameaça a segurança nacional americana.
**Histórico da acusação:** Os EUA acusam formalmente Maduro de narcoterrorismo desde março de 2020, durante o primeiro mandato de Trump, oferecendo inicialmente US$ 15 milhões (cerca de R$ 75 milhões). Em janeiro de 2025, já no governo Biden, o valor subiu para US$ 25 milhões, como retaliação à posse de Maduro para um novo mandato. Agora, a recompensa foi dobrada. Vale lembrar que o Senado americano chegou a aprovar um aumento para US$ 50 milhões em 2007, mas não há registros de oficialização da mudança. O valor oferecido por Bin Laden foi de US$ 25 milhões, posteriormente aumentado para US$ 50 milhões pelo Senado, mas nunca oficialmente confirmado pelo Departamento de Estado. Bin Laden foi morto em maio de 2011, e segundo a imprensa americana, nenhuma recompensa foi paga. Em 2003, os EUA já haviam pago US$ 30 milhões por informações sobre Uday e Qusay Hussein.
Como estratégia de defesa, Maduro mantém relações diplomáticas com Rússia, China e Irã.
Fonte da Matéria: g1.globo.com