Salvador, 15 de agosto de 2025 – A música brasileira está de luto. Perinho Albuquerque, guitarrista, arranjador e produtor musical baiano, faleceu nesta sexta-feira aos 79 anos em Salvador. A notícia pegou muita gente de surpresa, já que, acredite, quase não há registros dele na internet! Isso é inacreditável, considerando a sua importância para a Música Popular Brasileira. Ele estava internado na capital baiana, tratando complicações de um AVC, mas infelizmente sofreu um infarto e não resistiu.
Para quem não está familiarizado com o nome, Perinho – Péricles Albuquerque, nascido em 25 de abril de 1946 – foi uma peça fundamental na construção da MPB dos anos 70. Sabe, quem conhece a fundo a discografia de artistas como Caetano Veloso e Maria Bethânia, por exemplo, sabe do tamanho da sua contribuição. Mas sua influência vai muito além dessa dupla. A gente tá falando de um cara que trabalhou com gigantes como Chico Buarque, Gal Costa (1945-2022) e Gilberto Gil!
Olha só o currículo dele: no álbum “Gal Canta Caymmi” (1976), Perinho fez os arranjos de clássicos como “Dois de Fevereiro” (1957), “O Vento” (1949) e “São Salvador” (1960). Incrível, né? E não para por aí! Ele também assinou os arranjos de “Drama – Anjo Exterminado” (1972), disco que consagrou Maria Bethânia, um ano após o sucesso estrondoso do show “Rosa dos Ventos – O Show Encantado” (1971). E, pra completar, Perinho produziu “Álibi” (1978) e “Mel” (1979), álbuns que impulsionaram ainda mais a carreira de Bethânia, transformando-a numa grande vendedora de discos.
Uma trajetória incrível, ainda mais se considerarmos que Perinho nunca estudou música formalmente! Aos 16 anos, ele começou a tocar violão elétrico em bailes em Salvador, integrando a banda Carlito e seu Conjunto. Seu talento para arranjos surgiu quase que por instinto, pela observação e pela prática.
Com Caetano Veloso, que conheceu em 1964 – o mesmo ano em que começou a tocar com Bethânia em Salvador –, Perinho deixou sua marca como guitarrista em álbuns como “Qualquer Coisa” (1975). Mas foi com Bethânia que sua colaboração foi mais intensa e marcante: todos os álbuns de estúdio da cantora na década de 70 levam a assinatura de Perinho.
E tem mais! Perinho também foi o diretor musical do primeiro álbum de Luiz Melodia (1951-2017), o antológico “Pérola Negra” (1973), assina nove dos dez arranjos. Na obra de Gal Costa, ele assumiu a direção de produção de “Água Viva” (1978), que sucedeu o álbum roqueiro “Caras & Bocas” (1977), onde também participou como guitarrista. Ah, e não podemos esquecer “Sinal Fechado” (1974), de Chico Buarque, que também conta com Perinho nos créditos.
Perinho Albuquerque, um talento discreto que deixou uma marca indelével na MPB dos anos 70, trabalhou com os maiores nomes da época. Sua ausência deixa um vazio na música brasileira. Sua contribuição para a história da MPB, porém, permanecerá viva em suas obras.
Fonte da Matéria: g1.globo.com