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Onix 2026: A polêmica da correia banhada a óleo persiste?

Em julho, a Chevrolet deu um tapa no visual do Onix 2026 pra tentar recuperar as vendas, que hoje batem apenas 40% do auge. O carro ficou mais moderno, mas um detalhe continua gerando discussão: a correia dentada banhada a óleo. Apesar de mais durável que a versão seca, ela exige cuidados especiais, e a gente foi atrás de especialistas pra entender o que rola de verdade.

A correia, seja ela banhada a óleo ou seca, tem uma função crucial: sincronizar o virabrequim e o comando de válvulas. Pense assim: o virabrequim é o baterista, o comando de válvulas o guitarrista, e a correia, o maestro, mantendo tudo em perfeita harmonia. A diferença? A correia banhada a óleo trabalha dentro do motor, lubrificada constantemente, aumentando a vida útil. Já a seca, trabalha por fora, exposta ao tempo e ao desgaste, precisando de troca mais frequente.

Mas qual o problema da correia banhada a óleo? Segundo mecânicos, o problema não tá na correia em si, e sim na manutenção. A controvérsia gira em torno do uso inadequado do óleo. A troca, segundo recomendações, deve ser feita a cada 10 mil km ou um ano. Usar um óleo errado é receita pra desastre, viu?

“A correia incha, solta resíduos, fibras… entope o sistema, e o motor pode travar!”, explica Bruno Bandeira, da Oficina Mecânica Na Garagem. Ele completa: muitos donos só completam o nível de óleo, seja por economia ou falta de orientação. Alexandre Dias, da Guia Norte, concorda: “O óleo errado degrada a correia, ela esfarela, a composição fica comprometida. Pode estourar e causar problemas sérios”.

Aí complica. Como a correia fica dentro do motor, a inspeção ou troca exige desmontagem parcial, um serviço demorado. “Não precisa desmontar tudo, mas é mais complicado que a correia seca”, afirma Alexandre. E se o problema já estiver instalado? A conta pode ser assustadora. Bruno lembra de um caso em um Ford Ka (que também usa esse tipo de correia): R$ 40 mil pra desentupir o motor! “A correia desfiou toda, entupiu tudo, o motor quebrou até o bloco… só a bomba de óleo nova custou R$ 7 mil!”, conta.

Emerson Fischler, diretor de engenharia da GM América do Sul, explica que outros sinais podem indicar problemas com a correia, como o pedal de freio ficando duro (por causa do entupimento do sistema de vácuo) e perda de potência. O manual do Onix exige óleo 0W20 Dexos 1 Gen 2, aprovado pela GM. Na prática, esse óleo é mais caro: R$ 59 o litro contra cerca de R$ 39 de óleos equivalentes, mas não homologados. Como o Onix usa 4 litros, a diferença na troca completa pode chegar a R$ 80.

Mas será que só existem desvantagens? Não! Alexandre destaca as vantagens: “Ela dura muito, faz a mesma função da correia seca, com a vantagem de estar sempre lubrificada. Acho um baita projeto!”. O manual do Onix confirma: a correia seca precisa de troca a cada 60 mil km, enquanto a banhada a óleo a cada 240 mil km – quatro vezes mais! Bruno também destaca a durabilidade e a menor vibração, consequentemente menos ruído no motor de três cilindros.

A GM garante que não haverá mudança no tipo de correia. Segundo Emerson, a eficiência energética não justifica uma alteração de projeto. “A gente acredita na eficiência dessa correia. Melhamos a composição química pra ela resistir melhor a óleos de baixa qualidade. Não ficou imune, mas vai durar mais”, afirma.

Vale lembrar que a correia banhada a óleo não é novidade no Onix. A primeira geração (2015) usava correia seca. A mudança ocorreu em 2019, com a segunda geração. E o Onix não é o único: Montana e Tracker, da GM, e modelos da Ford (Ka, Ka Sedan, EcoSport, Fiesta), Peugeot 208 (1.2 3 cilindros) e Citroën C3 (1.2 3 cilindros) também usam. A polêmica se concentra no Onix pelo alto volume de vendas: 42.078 unidades em 2025, contra 34.212 do Tracker e 11.784 da Montana.

A GM afirma que a única alteração recente foi na composição química da correia para torná-la mais resistente a óleos fora das especificações. A garantia do motor foi ampliada para cinco anos, e pode ser revalidada em carros usados com uma inspeção (R$ 660). Se houver problemas na correia, a troca do “kit da correia” (mais de 20 itens) custa R$ 700 adicionais. Em nota oficial, a GM reforça a importância da manutenção adequada e o uso do lubrificante recomendado.

Em resumo: a correia banhada a óleo do Onix é um tema complexo, com prós e contras. A chave para evitar problemas é a manutenção preventiva e o uso do óleo correto. Afinal, ninguém quer gastar R$ 40 mil num conserto, né?

Fonte da Matéria: g1.globo.com