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Trump minimiza cessar-fogo após encontro com Putin: “Muitas vezes não cola”

Donald Trump classificou como “ótimo” e “bem-sucedido” o encontro com Vladimir Putin na sexta-feira (15), mas, olha só, deu uma diminuída na importância de um cessar-fogo, algo que não rolou na reunião. Antes da cúpula, ele tinha dito que ficaria decepcionadíssimo se não fechassem um acordo, sabe? Agora, a meta é um acordo de paz, segundo ele mesmo declarou em sua rede social Truth Social, no sábado (16).

“A reunião com o presidente Vladimir Putin foi show de bola, assim como a ligação com o presidente Zelensky, da Ucrânia, e vários líderes europeus, incluindo o secretário-geral da OTAN. Todo mundo decidiu que o melhor caminho para acabar com essa guerra terrível entre Rússia e Ucrânia é um acordo de paz direto, que de fato ponha fim à guerra, e não um simples cessar-fogo, que muitas vezes não cola”, escreveu Trump.

Ele confirmou também uma reunião bilateral com Zelensky na segunda-feira (18) na Casa Branca – Zelensky já havia anunciado isso na madrugada do sábado. A reunião, segundo ambos, vai tratar dos próximos passos para tentar acabar com a guerra, já que o encontro entre Trump e Putin não rendeu um acordo.

Ainda não se sabe se líderes europeus ou o próprio Putin estarão presentes na reunião de segunda. Em publicação no X (antigo Twitter), Zelensky disse que cogita uma reunião entre Rússia, Ucrânia e Estados Unidos. “Apoiamos a proposta do presidente Trump para uma reunião trilateral. Questões-chave podem ser discutidas diretamente entre os líderes, e esse formato é ideal”, afirmou Zelensky. “Na segunda, me encontro com o presidente Trump em Washington para discutir detalhes sobre o fim dos assassinatos e da guerra. Agradeço o convite”.

Na sexta, após o encontro com Putin, Trump ligou para Zelensky e líderes da OTAN. A conversa durou uma hora e contou com a presença de outros sete líderes europeus: Friedrich Merz (Alemanha), Keir Starmer (Reino Unido), Giorgia Meloni (Itália), Alexander Stubb (Finlândia), Karol Nawrocki (Polônia), Emmanuel Macron (França).

“Muitos pontos foram acertados. Restam poucos, alguns nem tão importantes. Um é o mais significativo. Ainda não chegamos lá, mas progredimos. Há boas chances. Putin quer parar de ver gente morrendo”, disse Trump, sem muitos detalhes.

A reunião entre Putin e Trump, que durou três horas, começou às 16h30 (horário de Brasília) no Alasca, após um cumprimento caloroso. Foi a primeira cúpula EUA-Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e o primeiro encontro a sós entre os dois líderes desde 2018. Os dois sorriram, tiraram fotos para a imprensa antes de seguirem para a base militar Elmendorf-Richardson, onde ocorreu a reunião.

Putin, bombardeado de perguntas, fez caras e bocas e virou meme na internet. Em um pronunciamento curto, ambos se elogiaram. Putin agradeceu o convite de Trump e disse que a conversa foi “construtiva”, mas que as preocupações da Rússia precisam ser consideradas.

“A Ucrânia foi um dos principais tópicos. Vemos o desejo de Trump de entender o conflito e estamos interessados em acabar com ele, mas todas as causas fundamentais devem ser eliminadas, e todas as preocupações da Rússia devem ser levadas em conta. Concordo que a segurança da Ucrânia deve ser garantida. Espero que a compreensão mútua traga paz à Ucrânia”, declarou Putin. Ele também falou sobre parcerias comerciais.

Trump afirmou que ainda não há acordo de cessar-fogo, mas que a reunião foi “muito produtiva” e que ele e Putin concordaram “na maioria dos pontos”. Putin, então, convidou Trump para ir à Rússia na próxima reunião: “Da próxima vez em Moscou”, disse em inglês.

O enviado especial russo, Kirill Dmitriev, disse à TV estatal russa que as negociações foram “notavelmente” bem-sucedidas. Apesar das críticas e ameaças trocadas nos últimos meses, ambos mostraram-se esperançosos antes da reunião. Putin elogiou os “esforços sinceros” de Washington e disse que o encontro com Trump poderia selar a “paz mundial”, mas ponderou que isso só aconteceria com um acordo para restringir o uso de armas estratégicas, incluindo nucleares. Trump também enviou mensagens ambíguas, se mostrando esperançoso, mas admitindo que “nada está garantido”.

Segundo o Instituto para o Estado da Guerra (ISW), Moscou controla militarmente cerca de 20% do território ucraniano, e nenhum dos lados demonstra vontade de abrir mão dessas regiões.

Fonte da Matéria: g1.globo.com