Presidente Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se encontram na Casa Branca na segunda-feira (18). Zelensky anunciou a reunião na madrugada de sábado (16), com Trump confirmando a informação mais tarde. A reunião, segundo ambos os lados, vai discutir os próximos passos para tentar acabar com a guerra na Ucrânia, após um encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, que não resultou em um acordo de cessar-fogo.
Ainda não se sabe se líderes europeus ou o próprio Putin participarão do encontro de segunda-feira. Em publicação no X (antigo Twitter), Zelensky sugeriu uma reunião trilateral entre Ucrânia, EUA e Rússia. “Apoiamos a proposta do presidente Trump para uma reunião trilateral. Questões-chave podem ser debatidas diretamente entre os líderes, e esse formato é ideal”, escreveu Zelensky. “Na segunda-feira, me encontro com o presidente Trump em Washington para discutir detalhes sobre o fim da guerra. Agradeço o convite”.
Na sexta-feira (15), após se reunir com Putin, Trump ligou para Zelensky e líderes da OTAN. A conversa, que durou uma hora, contou com a participação de sete líderes europeus, incluindo o chanceler alemão, Friedrich Merz; o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o presidente finlandês, Alexander Stubb; o presidente polonês, Karol Nawrocki; e o presidente francês, Emmanuel Macron. Trump comentou, sem muitos detalhes: “Muitos pontos foram acertados. Só faltam alguns poucos, e um é o mais importante. Ainda não chegamos lá, mas progredimos. Há boas chances. Putin quer parar de ver gente morrendo”.
A reunião de três horas entre Putin e Trump na sexta-feira (15), iniciada às 16h30 (horário de Brasília), começou com um encontro caloroso no Alasca. Os dois trocaram elogios. Putin, agradecendo o convite, chamou a conversa de “construtiva”, mas enfatizou a necessidade de considerar as preocupações da Rússia. “A Ucrânia foi tema central. Vemos o desejo de Trump de entender o conflito e estamos interessados em terminá-lo, mas todas as causas fundamentais devem ser resolvidas, e as preocupações da Rússia precisam ser consideradas. Concordo que a segurança da Ucrânia deve ser garantida. Espero que a compreensão mútua traga paz”, declarou Putin. Ele também mencionou conversas sobre parcerias comerciais, esperando que a Ucrânia e a Europa não sabotassem as negociações.
Trump, por sua vez, afirmou que ainda não há acordo de cessar-fogo, mas que a reunião foi “muito produtiva” e que ele e Putin concordaram “na maioria dos pontos”. Ele disse que falaria com Zelensky e membros da OTAN, e que um novo encontro com Putin ocorreria em breve. Putin, por fim, convidou Trump para Moscou no próximo encontro. Kirill Dmitriev, enviado especial russo, descreveu as negociações como “notavelmente” bem-sucedidas.
O encontro entre Trump e Putin, marcado por sorrisos e até mesmo “joinhas” na chegada, foi o primeiro entre os dois países desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, e o primeiro encontro individual entre os líderes desde 2018. A imprensa americana especulava que um Trump mais experiente poderia se impor a Putin, ex-KGB e no poder há 25 anos. Apesar de trocas de críticas nos últimos meses, ambos mostraram-se esperançosos antes da reunião. Putin elogiou os “esforços sinceros” de Washington, acreditando que o encontro poderia selar a “paz mundial”, condicionando-o a um acordo sobre armas estratégicas, incluindo nucleares. Trump, por sua vez, se mostrou esperançoso, mas admitiu que “nada é garantido”, comparando a situação a uma “partida de xadrez”. Ele estipulou em 25% as chances de o encontro “terminar mal” e já falava em uma segunda reunião. Seu secretário de Estado, Marco Rubio, também se mostrou esperançoso, mas afirmou que, “em última instância, a paz dependerá da Ucrânia e da Rússia”.
Um ponto central das negociações era o território ucraniano ocupado por tropas russas, estimado em cerca de 20% do território ucraniano pelo Instituto para o Estado da Guerra (ISW). Nenhum dos lados parecia disposto a ceder essas regiões. A guerra na Ucrânia começou em 2022.
Fonte da Matéria: g1.globo.com