O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou um recado claro para Donald Trump na quinta-feira (14): o Brasil não vai se ajoelhar para os Estados Unidos. Em evento em Pernambuco, Lula desmentiu as declarações de Trump que classificou o Brasil como um “péssimo parceiro comercial”. “Isso é mentira! O Brasil é um bom parceiro, só não vai ficar de joelhos para o governo americano”, disparou Lula.
A polêmica começou na Casa Branca. Em conversa com jornalistas, Trump, além de atacar o Brasil, chamou o processo contra Jair Bolsonaro (PL) de “execução política”. Nossa! Que declaração forte, né?
Aí, a coisa esquentou. Trump, ao falar sobre tarifas aplicadas a países latino-americanos e a aproximação deles com a China, voltou a mirar o Brasil. “Eles cobram tarifas enormes, muito maiores do que as que nós cobramos. Agora estão sendo cobrados 50% de tarifas, e não estão felizes, mas é assim que funciona”, disse o ex-presidente americano.
Só que, na real, os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram um déficit na balança comercial entre Brasil e EUA desde 2009. Em 2024, esse déficit passou de US$ 28 bilhões, considerando produtos e serviços. Uau! Uma diferença e tanto.
Mas a coisa não parou por aí. Trump ainda defendeu Bolsonaro, afirmando que “o Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo” e que o ex-presidente brasileiro é um “homem honesto”. Ele considerou o processo contra Bolsonaro uma “execução política”.
Lula, então, respondeu na lata: “A democracia está julgando Bolsonaro”. E aí, soltou uma bomba: “Se o Trump morasse no Brasil e tivesse feito o que fez nos EUA, invadir o Capitólio, com cinco mortes, ele seria julgado e, se culpado, iria para a cadeia”. Putz! Que resposta!
A Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) apresentou dados que mostram que 48% das exportações americanas para o Brasil chegam sem impostos, e 15% têm taxação de até 2%. A tarifa média de importação brasileira é de 12,4%, mas o imposto médio efetivo sobre as importações americanas é de apenas 2,7%. Isso porque muitos produtos, como aeronaves, petróleo e gás natural, são isentos de impostos ou têm regimes especiais que reduzem a cobrança.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. O petróleo lidera as vendas brasileiras para os americanos, mas os EUA também são um mercado importante para produtos manufaturados brasileiros de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças e máquinas.
Dados do g1, baseados em informações públicas de comércio exterior, mostram os principais produtos brasileiros exportados para os EUA entre janeiro e junho de 2025: óleos brutos de petróleo (US$ 2,37 bilhões); produtos semimanufaturados de ferro ou aço (US$ 1,49 bilhão); café não torrado (US$ 1,16 bilhão); carnes bovinas (US$ 737,8 milhões); ferro-gusa (US$ 683,6 milhões); celulose (US$ 668,6 milhões); e óleos combustíveis (US$ 610,2 milhões). O Brasil é o principal fornecedor de café para os EUA, que consomem grande parte da produção mundial, exceto por pequenas quantidades produzidas no Havaí e Porto Rico.
Fonte da Matéria: g1.globo.com