Gente, que filme! “Juntos” não é só um ótimo filme de terror, é um baita filme, ponto final! A ideia inicial pode parecer simples, mas o diretor/roteirista estreante, Michael Shanks, a desenvolveu com maestria. E olha só que interessante: o casal protagonista, Alison Brie (“Community”) e Dave Franco (“Truque de Mestre”), são casados na vida real, e isso se reflete na tela com uma sagacidade impressionante. Na real, tá entre os melhores filmes de terror dos últimos anos, sem dúvida!
Estreando em 14 de julho nos cinemas brasileiros, “Juntos” prova que terror corporal não precisa de litros de sangue, vísceras e gosmas pra te deixar arrepiado. Diferente de “A Substância” (2024), que apostou no grotesco, “Juntos” prefere a sutileza. A tensão é construída no que *não* é mostrado, sabe? E o final? Lindo e certeiro, uma raridade no gênero! Supera a previsibilidade da premissa – mais um caso onde a jornada é tão boa quanto o destino.
O filme acompanha um casal cujo relacionamento está estagnado. Após se mudarem para o interior, fenômenos aparentemente sobrenaturais começam a desafiar sua proximidade, intimidade e até mesmo a codependência. A ideia do casal que sofre uma fusão física lenta e agonizante não é lá tão original – inclusive, o filme está envolvido em uma ação de plágio por conta de um conceito parecido lançado em 2023. Mas, Shanks, usando a própria experiência do seu casamento como inspiração, deu uma humanidade incrível à história, principalmente ao personagem de Franco, um músico frustrado na meia-idade que ainda sonha com o estrelato.
Aliás, Franco surpreende! Ele quebra o estereótipo do “moleque chapado” que o consagrou, mostrando um alcance dramático até então desconhecido. Junto com Brie e o irmão de Dave Franco (James Franco), formam um trio que eleva o filme, transpondo, levemente, as barreiras do gênero terror.
Mas “Juntos” também funciona como um ótimo filme de terror, viu? Shanks supera o aspecto mais esquemático da trama, principalmente uma subtrama sobre os pais do protagonista. A tensão é construída sem pressa, sem sustos baratos com estrondos ensurdecedores. A premissa já causa o incômodo necessário para um bom body horror. E o diretor sabe dosar a progressão do fenômeno, mostrando que muitas vezes não é preciso mostrar pedaços voando: a lâmina entrando já basta, o resto fica para a imaginação do espectador. Me parece que essa é a chave do sucesso do filme. Incrível!
Fonte da Matéria: g1.globo.com