A Petrobras sofreu um baque pesado na bolsa nesta sexta-feira (8). Depois de divulgar um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre de 2025, suas ações desabaram, levando a uma queda de mais de 6% no valor de mercado da empresa. Olha só: a estatal perdeu R$ 31,95 bilhões em um dia, fechando o dia com um valor de mercado de R$ 410,24 bilhões, segundo dados da consultoria Elos Ayta. Isso é um impacto gigantesco!
A decepção dos investidores? Na real, o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio, aprovado em R$ 8,7 bilhões, ficou bem abaixo das expectativas do mercado. A XP Investimentos, por exemplo, projetava algo em torno de R$ 12 bilhões. Sacou?
Outro ponto que preocupou os investidores foram os novos investimentos anunciados no plano estratégico da Petrobras, principalmente a inclusão da distribuição de GLP (gás de cozinha) no portfólio. A combinação desses fatores resultou numa verdadeira sangria nas ações: PETR3 caiu -7,95% e PETR4, -6,15%. Brutal!
Einar Rivero, da Elos Ayta, coloca a situação em perspectiva: “Em 20 de fevereiro de 2025, a Petrobras atingiu seu pico de valorização, chegando a R$ 525,99 bilhões. Desde então, a estatal já acumula uma desvalorização de R$ 115,75 bilhões – um valor maior que o mercado do Banco do Brasil (R$ 108 bilhões)”. Ele completa, comparando com o recorde histórico de 19 de fevereiro de 2024 (R$ 566,97 bilhões): “A perda acumulada desde 8 de agosto de 2025 chega a R$ 156,73 bilhões, quase o mesmo valor de mercado do Bradesco (R$ 155 bilhões)”. Impressionante, né?
A Petrobras representa cerca de 10% do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. Com a queda da estatal, o Ibovespa também fechou o dia em baixa, recuando 0,45%, aos 135.913 pontos.
**Resultados do 2º trimestre:**
Apesar do lucro expressivo de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre, a Petrobras enfrentou uma queda de 10% no preço internacional do petróleo Brent. A empresa conseguiu compensar esse impacto com um aumento na produção de óleo e gás. Desconsiderando eventos excepcionais, o lucro ajustado ficou em R$ 23,2 bilhões, estável em relação ao trimestre anterior.
A produção média de petróleo atingiu 2,3 milhões de barris por dia, um aumento de 5% em relação ao primeiro trimestre e de 8% em comparação com o mesmo período de 2024. Esse crescimento, segundo a empresa, é resultado da entrada em operação de novas plataformas e da maior eficiência nos campos existentes. A presidente Magda Chambriard destacou o ritmo acelerado dos “investimentos em projetos de alta atratividade”.
No primeiro semestre, os investimentos somaram R$ 48,8 bilhões (49% a mais que em 2024), sendo R$ 25,1 bilhões apenas no segundo trimestre, com foco no pré-sal (bacias de Santos e Campos).
O EBITDA Ajustado chegou a R$ 57,9 bilhões e o Fluxo de Caixa Operacional a R$ 42,4 bilhões. A Petrobras também arrecadou R$ 66 bilhões em tributos e distribuiu R$ 8,7 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
Embora o desempenho operacional tenha sido positivo, o lucro líquido foi 24,3% menor que o do primeiro trimestre (R$ 35,2 bilhões), devido à queda do preço do Brent. Ainda assim, foi bem superior ao resultado do mesmo período de 2024, quando a empresa registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
**Novas plataformas e descobertas:**
A Petrobras colocou em operação os FPSOs Almirante Tamandaré, Maria Quitéria, Anita Garibaldi, Anna Nery e Alexandre de Gusmão, adicionando 270 mil barris diários à capacidade de produção. Além disso, anunciou a descoberta de petróleo de alta qualidade no pré-sal da Bacia de Santos e a aquisição de novos blocos exploratórios no Brasil e na Costa do Marfim.
No setor de refino, a empresa reativou a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados e fez melhorias em refinarias como a RNEST e a REPLAN, ampliando a produção de combustíveis mais limpos. A dívida bruta atingiu US$ 68,1 bilhões em junho, um aumento de 5,5% em relação ao trimestre anterior, devido principalmente ao arrendamento de novas plataformas. Apesar de tudo, a empresa espera fechar o ano com a produção dentro da meta estabelecida.
Fonte da Matéria: g1.globo.com