Anunciaram uma sequência de “Sexta-feira Muito Louca” (2003), depois de anos… Preciso dizer? Não, né? Mas, olha só, “Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda”, que estreia no Brasil quinta (7), surpreendeu! Ficou muito bom, na real.
Comédia leve, atuações ótimas e uma direção impecável, o filme te garante risadas do começo ao fim. É uma nostalgia gostosa pra quem curtiu o original, há 22 anos, mas também funciona super bem com o público de hoje. As piadas são atuais e fáceis de entender, ideal pra assistir com a família inteira.
Mais de duas décadas depois de “Sexta-feira Muito Louca” (adaptação do livro “Que Sexta-feira Mais Pirada!”, de Mary Rodgers), a trama mostra Tess (Jamie Lee Curtis), terapeuta e casada com Ryan (Mark Harmon), cuidando da filha Anna (Lindsay Lohan), que agora é mãe solteira da pequena Harper (Julia Butters, de “Era uma vez em Hollywood”).
A confusão começa quando Anna se apaixona por Eric (Manny Jacinto), pai de Lily (Sophia Hammons), e Harper e Lily não se bicam. Aí eles resolvem casar, obrigando as meninas a se suportarem. Em uma festa, elas cruzam com a Madame Jen (Vanessa Bayer), uma vidente desastrada que, adivinhem?, lança um feitiço que troca os corpos delas!
Tess tá no corpo da neta, Anna no da enteada, Harper na mãe e Lily na Tess. Confuso? Um pouco no começo, mas logo a gente se acostuma. Elas tentam achar a Madame Jen pra desfazer a mágica, se metendo em várias enrascadas, com direito a Jake (Chad Michael Murray), o ex de Anna.
**Nostalgia com um Toque de Atualidade**
O filme usa a nostalgia com maestria. Elementos que fizeram o sucesso do filme de 2003 estão de volta, nos diálogos, situações e até na trilha sonora. Mas, sabe?, nada é exagerado, tudo flui naturalmente, sem parecer forçado. Isso deixa tudo ainda mais divertido.
E não para por aí! Tem espaço pra piadas novas, sem depender só do que funcionou no passado. As piadas sobre a idade das protagonistas (sem ser apelativo ou de mau gosto), a dificuldade com tecnologia e o mundo da moda e da música são hilárias. Até uma briga de comida digna de Walcyr Carrasco tem!
O grande trunfo do filme é a direção de Nisha Ganatra. Essa cineasta canadense, com vasta experiência na TV, mostrou segurança e firmeza, extraindo o melhor do elenco. Outro diretor, talvez, não teria conseguido esse resultado.
O roteiro de Jordan Weiss e Elyse Hollander (primeira experiência no cinema!), apesar dos clichês melodramáticos, cria personagens incríveis, principalmente Harper e Lily, que são ótimas adições ao universo do filme. E as situações cômicas, mesmo que não sejam totalmente originais, têm um frescor que conquista.
**Química Incrível e Atuações de Primeira**
A direção, o roteiro… tudo isso funciona tão bem por causa das atuações! As quatro protagonistas estão impecáveis. A química entre Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan é inacreditável! Parecia que elas tinham acabado de fazer o primeiro filme, tamanha a sintonia. A direção e o roteiro as deixam juntas na maior parte do tempo, gerando os momentos mais engraçados.
Jamie Lee Curtis, a vencedora do Oscar por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, se diverte em cada cena, e essa energia contagia a gente. A cena em que ela tenta comprar remédios e itens para idosos numa farmácia é hilária, impossível não rir!
Lindsay Lohan, após um período conturbado, está de volta com tudo. Aproveitou a oportunidade e mostrou todo o seu talento, o carisma continua intacto! Julia Butters (que já tinha brilhado em “Era uma vez em Hollywood”) dá vida a Harper com maestria. Sophia Hammons, apesar de um pouco abaixo das outras, não compromete. Vanessa Bayer, como a Madame Jen, também diverte bastante. Mark Harmon e Manny Jacinto cumprem seus papéis, e Chad Michael Murray serve como um toque nostálgico.
Em meio a tantos reboots decepcionantes, “Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda” é uma grata surpresa. Não vai mudar o mundo, mas garante risadas e diversão. Às vezes, um filme leve e divertido é tudo o que a gente precisa, não é mesmo?
Fonte da Matéria: g1.globo.com