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Trump planeja encontro pessoal com Putin e Zelensky; encontro com Putin gera otimismo, diz assessor

Donald Trump, o ex-presidente dos EUA, revelou a aliados que pretende se reunir pessoalmente com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky na semana que vem, segundo reportagem do jornal “The New York Times”. A ideia, aparentemente, é um encontro entre Trump, Putin e, depois, Zelensky. Mas, olha só, não tá claro se esse encontro resultará num cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

Na real, Putin e Zelensky não conversaram diretamente desde o início da guerra, há quase três anos e meio. Isso é preocupante, né?

Nesta quarta-feira (6), Putin recebeu Steve Witkoff, o enviado especial de Trump. Trump, em sua rede social Truth Social, declarou que a reunião foi “altamente produtiva” e resultou em “grandes avanços”. Já o lado russo classificou o encontro como “útil e construtivo”, mencionando uma “troca de sinais” entre Moscou e Washington. “Meu enviado especial, Steve Witkoff, teve uma reunião altamente produtiva com o presidente russo Vladimir Putin. Grandes avanços foram feitos! Depois disso, conversei com alguns aliados europeus. Todo mundo concorda que essa guerra precisa acabar, e vamos trabalhar por isso nos próximos dias e semanas”, escreveu Trump.

A reunião entre Putin e Witkoff aconteceu dois dias antes do prazo dado por Trump para a Rússia encerrar as hostilidades na Ucrânia. Caso contrário, Trump ameaçou impor “tarifas severas” de 100% sobre a Rússia e seus parceiros comerciais. Apesar do encontro, um funcionário do governo americano confirmou à Reuters que a Casa Branca não mudou sua posição sobre essas tarifas.

Yury Ushakov, assessor de Putin, foi o primeiro a comentar o encontro de três horas. Ele se mostrou otimista, falando em “troca de sinais” entre EUA e Rússia, sem dar maiores detalhes. Os russos, pelo jeito, querem adiar a aplicação das sanções, previstas para sexta-feira (8). “O enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, foi recebido pelo nosso presidente hoje. Eles tiveram uma conversa bastante útil e construtiva (…) Discutiram a crise na Ucrânia e as perspectivas de desenvolvimento da parceria estratégica entre Rússia e EUA. Da nossa parte, enviamos alguns ‘sinais’, e também recebemos alguns sinais de Trump”, declarou Ushakov à imprensa.

Kirill Dmitriev, CEO do Fundo Russo de Investimento e também enviado especial de Putin, também considerou a reunião “construtiva”, afirmando que “o diálogo vai prevalecer”.

Trump informou Zelensky sobre a reunião com Putin por telefone. Segundo Trump, ele também atualizou seus aliados europeus. Zelensky, por sua vez, disse que todos concordam que “a guerra tem que acabar” e que “a pressão sobre a Rússia está funcionando”.

O encontro entre Putin e Witkoff, realizado no Kremlin, em Moscou, foi marcado por um aperto de mão amistoso, um contraste com o clima de tensão entre EUA e Rússia. Witkoff, braço direito de Trump em missões de paz, já havia se reunido com Putin outras vezes, sem sucesso em alcançar um acordo de paz.

A situação ficou ainda mais tensa depois que Trump enviou dois submarinos nucleares em resposta às ameaças do ex-presidente russo Dmitri Medvedev com o sistema nuclear “Mão Morta”. Trump deu à Rússia 10 dias, até sexta-feira (8), para parar a ofensiva na Ucrânia, sob pena de novas sanções.

Zelensky pediu o “reforço de todas as alavancas de que dispõem os Estados Unidos, a Europa e o G7” contra a Rússia. Segundo ele, o Kremlin só “buscará acabar com a guerra quando sentir pressão suficiente”.

Trump também ameaçou impor tarifas adicionais a países que comercializam com a Rússia, como China e Índia. Frustado com Putin, Trump, que prometeu acabar com a guerra em poucos dias no início de seu segundo mandato, em janeiro, parece cada vez mais pressionado.

Quando perguntado sobre a mensagem de Witkoff a Moscou e a possibilidade da Rússia evitar sanções, Witkoff respondeu: “Sim, alcançar um acordo para que as pessoas parem de morrer”. Moscou, por sua vez, chamou as ameaças de “ilegítimas”.

Trump disse que esperaria o resultado da reunião em Moscou antes de decidir sobre as sanções. “Vamos ver o que acontece (…) Faremos a determinação neste momento”, afirmou.

Apesar da pressão americana, os combates continuam. Autoridades ucranianas relataram a morte de pelo menos duas pessoas e 10 feridos em bombardeios na região de Zaporizhzhia. O Ministério da Defesa da Rússia anunciou a interceptação de 51 drones ucranianos. A AFP, com base em dados de Kiev, informou que o Exército russo lançou 6.297 drones contra a Ucrânia em julho, um recorde desde o início da invasão em 2022.

Para fortalecer a defesa ucraniana, Suécia, Dinamarca e Noruega anunciaram a compra de armas americanas, doando 500 milhões de dólares (2,75 bilhões de reais) em ajuda militar, incluindo sistemas de defesa aérea. “A Ucrânia não luta apenas por sua própria segurança, mas também pela nossa”, disse o ministro da Defesa da Suécia, Pal Jonson. Essa ação se soma a um projeto anunciado pelo presidente americano em colaboração com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, para que aliados europeus e o Canadá adquiram armas americanas, incluindo sistemas avançados Patriot.

Putin, apesar de ter afirmado desejar a paz na sexta-feira passada, se recusa a reduzir suas exigências, que incluem a cessão de quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, a renúncia ao fornecimento de armas ocidentais e a desistência do projeto de adesão à Otan. Kiev considera essas condições inaceitáveis.

Fonte da Matéria: g1.globo.com