No último domingo (3), Whindersson Nunes abriu o jogo no Fantástico sobre sua jornada pessoal, revelando a ligação entre seu diagnóstico de altas habilidades e os períodos de depressão que enfrentou. “Na real, eu sempre me senti meio… diferente”, confessou o humorista.
A descoberta veio após uma internação para tratar a dependência de álcool. “Queria entender essa vontade louca de acabar com a garrafa inteira, sabe? Essa incapacidade de beber só um pouco”, explicou. Durante a internação, ele fez alguns testes e recebeu o resultado: altas habilidades, ou superdotação.
Pra ele, faz todo sentido ligar esse diagnóstico aos momentos de depressão. “Tipo assim, desde criança eu já percebia que era diferente. Ficava mais na minha, sabe? Preferia a solidão a ter que encarar o recreio e aquelas conversas estranhas com os outros”, relembrou Whindersson.
A neuropsicóloga Carolina Mattos confirmou a possível relação entre as duas coisas. “Altas habilidades costumam vir acompanhadas de um pensamento acelerado, uma autocrítica intensa e uma constante indagação sobre si e o mundo”, explicou a especialista. “Por isso, a depressão é uma comorbidade frequentemente associada a esse perfil.”
A sobrecarga mental, segundo ela, pode gerar um vazio existencial profundo. É importante frisar: nem todo mundo com altas habilidades desenvolve depressão, ansiedade ou compulsões. O diagnóstico não é uma sentença, apenas uma peça importante do quebra-cabeça.
Whindersson, que continua em tratamento psiquiátrico, adotou mudanças significativas em sua rotina. Diminuiu o consumo de álcool, reduziu o tempo nas redes sociais e mudou sua perspectiva de vida. “Hoje, eu não penso mais em vencer, em ser o número um. Entende? Eu percebi que a vida é uma passagem, um tempo curto, principalmente quando a gente compara com a imensidão da eternidade”, refletiu o youtuber. A busca pelo equilíbrio, parece, é o seu novo foco.
Fonte da Matéria: g1.globo.com