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Tesla premia Musk com US$ 29 bilhões em ações para segurar o CEO

A Tesla deu um presente e tanto para Elon Musk: 96 milhões de novas ações, num total de US$ 29 bilhões (aproximadamente R$ 160,8 bilhões)! A jogada? Manter o bilionário no comando da empresa. Isso tudo acontece após uma batalha judicial tensa. No ano passado, um acordo que previa o pagamento de mais de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 277,2 bilhões) a Musk foi anulado por um tribunal de Delaware. O motivo? Falhas no processo de aprovação pelo conselho da Tesla, que, segundo o tribunal, prejudicariam os acionistas.

Musk, claro, recorreu em março, alegando erros jurídicos na decisão. Enquanto isso, a Tesla criou um comitê especial – bem misterioso, diga-se de passagem – para analisar a remuneração do CEO, sem dar muitos detalhes. A gente só ficou sabendo agora do resultado.

A Tesla tá em um momento crucial. Musk, que controla 13% da empresa, mudou o foco. Esqueça só carros elétricos acessíveis. Agora, a aposta é forte em projetos como robô-táxis e robôs humanoides. A empresa quer ser sinônimo de inteligência artificial e robótica, deixando para trás a imagem tradicional de montadora.

Segundo o tal comitê especial, esse novo pacote de ações vai aumentar gradativamente o poder de voto de Musk. Para eles, e para o próprio Musk, isso é fundamental para garantir seu compromisso com a Tesla. “Sabemos que Elon tem vários negócios e compromissos que exigem tempo e atenção, mas acreditamos que esse prêmio vai mantê-lo motivado na Tesla”, disse o comitê em comunicado na segunda-feira.

Mas tem um detalhe importante: se os tribunais de Delaware decidirem a favor de Musk e reativarem o pacote de 2018, essa nova concessão será anulada ou compensada. Não vai ter acúmulo de benefícios, ou seja. As ações só serão liberadas se Musk continuar em um cargo executivo relevante até 2027, e ainda tem um período de retenção de cinco anos, a não ser em situações específicas, como pagamento de impostos. Ah, e cada ação custará US$ 23,34 – o mesmo valor do pacote de 2018.

O anúncio fez as ações da Tesla subirem mais de 2% no pré-mercado. Ufa! Mas, na real, as ações da empresa acumulam perdas de cerca de 25% este ano. Por que? Várias coisas contribuíram para esse cenário: queda nas vendas por causa de uma linha de veículos envelhecida, concorrência pesada e as polêmicas posições políticas de Musk, que afastaram alguns consumidores.

A situação piorou com os cortes de subsídios a veículos elétricos pelo governo americano. Em uma teleconferência recente, Musk alertou que isso pode gerar “alguns trimestres difíceis” antes que a empresa comece a lucrar com software e serviços de direção autônoma, algo previsto para o final do próximo ano. Dados da S&P Global Mobility, publicados pela Reuters, mostram que a fidelidade à marca Tesla caiu desde que Musk apoiou Trump no ano passado.

A concorrência também tá afiada. Montadoras tradicionais como General Motors, Hyundai e BMW estão investindo pesado em veículos elétricos. E o Cybertruck, o único modelo novo da Tesla desde 2020, não decolou como Musk esperava, apesar das previsões de vendas altíssimas. Enfim, a Tesla enfrenta ventos contrários, mas a aposta em Musk parece ser uma tentativa de navegar essa tempestade.

Fonte da Matéria: g1.globo.com