Caetano Veloso, olha só, arrebatou a plateia no Festival de Inverno Rio 2025 na noite de 3 de agosto! O show, pensado especialmente para o circuito de festivais deste ano, chegou ao Rio de Janeiro com tudo, um ano após a estreia da turnê com Bethânia. A apresentação, que eu achei simplesmente incrível, foi a grande atração da última noite do evento.
O repertório, basicamente autoral, vem ganhando novas canções desde a estreia em Curitiba, em 17 de maio. Mas, sabe?, a maior novidade na apresentação carioca foi um comovente tributo à Preta Gil, uma grande artista que a gente sente muita falta. Caetano emocionou a todos com “Cantiga de ninar Moreno”, composta por Gilberto Gil para o seu filho, Moreno Veloso, e “O leãozinho”, tocada ao violão pelo próprio Caetano. Foi lindo!
Apesar de não ter a grandiosidade de um show como “Meu coco”, o show fluiu numa boa na Marina da Glória. Quatro dias antes de completar 83 anos, o baiano mostrou que a idade é só um número, fazendo uma apresentação vibrante e repleta de sucessos. Na real, ele soube o que o público queria ouvir!
Caetano, esperto, captou a vibe dos grandes festivais e entregou um show perfeito para multidões menores. Mas, em canções como “Anjos tronchos” e “Um Baiana”, ele mostrou, com a inquietude que o acompanha há 60 anos, que ainda tem muito a dizer, indo contra a maré, como ele mesmo cantou em “Branquinha”.
Com uma big band sob a direção musical de Lucas Nunes, o show teve até um clima roqueiro! Gal Costa, nossa saudade, foi lembrada em versões roqueiras de “Vaca profana” e “Divino maravilhoso”, criando uma atmosfera incrível, que combinou perfeitamente com “Podres poderes”. Os arranjos estavam sensacionais, com a percussão destacando-se em “Cajuína” e os metais brilhando em “Eclipse oculto” e “Um índio”.
Como festivais não são lugar para experimentações radicais, Caetano privilegiou os sucessos, né? A gente ouviu clássicos como “Alegria, alegria”, “Gente”, “Queixa” e “Reconvexo”, além de pérolas como “Sozinho” e “Você não me ensinou a te esquecer”, mostrando que ele domina o repertório popular como ninguém. “Sozinho”, inclusive, teve um pico de vendas na discografia dele em 1998.
Aliás, a apresentação solo, no Rio, pareceu mais leve e descontraída do que as apresentações com Bethânia. Os arranjos vocais que abriram “Muito romântico” foram de arrepiar, e a participação de Pretinho da Serrinha no cavaquinho em “Desde que o samba é samba” foi um toque especial.
Para finalizar, com a apoteose de “É hoje”, samba-enredo da União da Ilha do Governador, e o bis com “Odara”, em clima Black Rio, o show foi um sucesso total. Mesmo em um show mais despojado, Caetano Veloso mostrou que não é “um fulano, um mano qualquer”. Ele sabe navegar muito bem na maré dos festivais, e isso é inegável.
Fonte da Matéria: g1.globo.com