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Tarifaço de Trump: Exportadores de café brasileiros apostam no estoque para driblar imposto

A bomba explodiu: uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, imposta pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, a partir de 6 de agosto, pegou o setor cafeeiro de surpresa. Mas calma! Ao contrário de frutas e pescados, o café tem um trunfo na manga: a capacidade de armazenamento. Olha só a foto: sacas de café em uma fazenda perto de Brasília, em 15 de julho de 2025 (Adriano Machado/Reuters) – a imagem resume a situação.

Acontece que o grão, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), mantém a qualidade por até oito meses após a colheita. Isso mesmo! Com cerca de 85% da safra de arábica (a queridinha dos americanos) já colhida em 2025, boa parte ainda não foi negociada. Então, dá pra respirar fundo e esperar. A safra de 2025 pode ser exportada só em 2026, sem grandes problemas de qualidade. Baixe o app do g1 para mais notícias em tempo real!

O setor, na real, tá com os dedos cruzados esperando uma exceção à regra. Afinal, o café é um produto estratégico. E teve um sinal de esperança: o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, mencionou a possibilidade do café entrar numa categoria com tarifa zero. Isso foi antes de Trump oficializar a tarifa de 50%, com quase 700 exceções, mas sem o café na lista. Uma pena!

Mas nem tudo está perdido. O Brasil manda um terço do café consumido nos EUA e responde por 44% da produção mundial de arábica. Nossos concorrentes? Bem menores. A qualidade do café brasileiro, com seu corpo e doçura, é imbatível. Ele é usado em blends americanos, equilibrando o sabor final. Restaurantes americanos, inclusive, já pediram a isenção da tarifa para carne e café.

As negociações, por enquanto, estão andando a passos de tartaruga. “O impacto econômico é claro, e os compradores sabem que não há como substituir o Brasil. Por isso, a demora é natural”, explica Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé. Ainda assim, a incerteza sobre a duração da tarifa gera apreensão. Se durar muito, os EUA podem procurar outros fornecedores, e o Brasil teria que se virar com outros mercados. “Seria uma nova realidade que o mercado teria que precificar. É incalculável”, completa Matos.

E como funciona a exportação do café? A colheita rola uma vez ao ano, no primeiro semestre. Depois da colheita, vem o preparo dos grãos, que pode levar até dois meses no caso do arábica, segundo o analista Fernando Maximiliano, da StoneX. Depois, classificação, embalagem e envio para o porto. Um processo todo trabalhoso, mas que garante a qualidade do produto que chega ao consumidor final. Afinal, todo café bom vai para fora do Brasil? Nem todo, mas uma boa parte!

Fonte da Matéria: g1.globo.com