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Haddad vê “ótimo” aceno de Trump e prepara conversa com secretário do Tesouro americano

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), classificou como “ótimo” o gesto de Donald Trump, que afirmou que o presidente Lula pode ligá-lo a qualquer momento. “Acho ótimo, sabe? E aposto que vale para os dois lados. O presidente Lula também atenderia um telefonema dele quando quisesse. Preparamos esse encontro, essa conversa, com muito cuidado”, explicou Haddad nesta sexta-feira (1º).

Na mesma sexta-feira, Trump declarou que Lula pode entrar em contato “a qualquer hora”. Haddad confirmou que deve se reunir com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, provavelmente na semana seguinte. Ainda não há data definida, mas a equipe do Ministério da Fazenda já entrou em contato com a equipe de Bessent para acertar os detalhes.

“Finalmente, teremos uma reunião mais longa, focada na decisão, até agora unilateral dos EUA, sobre o Brasil”, ressaltou o ministro. Essa conversa, segundo Haddad, também ajudará a preparar um diálogo entre Lula e o próprio Trump.

Questionado sobre a possibilidade do Brasil abandonar as negociações comerciais devido à entrada em vigor das novas tarifas na próxima quarta-feira, Haddad descartou essa hipótese. “Não existe essa ligação. Já afirmei que a medida não vai nos tirar da mesa de negociações”, garantiu.

Sobre o impacto do “tarifaço” na inflação, Haddad acredita que o efeito macroeconômico será limitado, a preocupação maior é com a microeconomia. “Nossa avaliação é que não… Hoje mesmo, recebi o governador Elmano, do Ceará, um estado afetado pelas medidas. E estamos confiantes em lidar com a situação”, disse.

O governo estuda permitir que estados comprem alimentos de empresas brasileiras afetadas pelas tarifas americanas, especialmente para a merenda escolar. “A ideia está em análise, principalmente para produtos alimentícios”, confirmou Haddad. “Mas, olha só, precisa de uma lei federal para que todos os estados possam fazer essas compras. O governador Elmano explicou bem isso”, completou. O governador do Ceará, Elmano Freitas (PT-CE), inclusive, apresentou propostas de alterações legislativas para auxiliar os setores produtivos cearenses. Haddad tem defendido a compra de pescado, produto fortemente exportado para os EUA e afetado pelas novas tarifas.

Por fim, Haddad mencionou que a aplicação da lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também poderá ser discutida com Bessent. “A lei que trata de contas de autoridades está sob a alçada do secretário do Tesouro. Por isso, uma conversa prévia com Bessent se faz necessária para esclarecer como funciona o nosso sistema judiciário”, justificou o ministro.

Fonte da Matéria: g1.globo.com