Um vídeo chocante, divulgado na quarta-feira (30 de julho de 2025) pela Ocha (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários), mostra uma cena de desespero na Faixa de Gaza. A gravação registra uma multidão imensa de palestinos correndo em direção a um caminhão da ONU carregado de alimentos, sob o som de tiros. Nossa! A areia próxima à multidão se agita com cada disparo – dá pra sentir a tensão nas imagens.
Dezenas de milhares de pessoas, agachadas e amontoadas, aguardavam o comboio da ONU que se aproximava lentamente. A Ocha afirma no vídeo, publicado no X (antigo Twitter), que “Israel estava disparando tiros de aviso a centímetros de uma multidão que esperava por um comboio de comida da ONU. Quando o comboio se aproximou, pessoas famintas correram em direção a ele, e os tiros não pararam”. Meu Deus! Que situação!
Olga Cherevko, funcionária da Ocha que estava no comboio, descreve a cena: “Uma multidão de dezenas de pessoas famintas e desesperadas nos esperava. Eles descarregaram com as próprias mãos tudo que estava na carroceria”. Ela conta que o comboio – que, pelas imagens, aparenta ter apenas um carro à frente do caminhão de suprimentos – havia recolhido os mantimentos na passagem de Kerem Shalom e ficou parado por cerca de duas horas e meia em um posto israelense.
A Ocha atribui os disparos a tropas israelenses, mas não apresentou provas concretas até o fechamento desta reportagem. O governo israelense ainda não se manifestou sobre a acusação. Segundo a agência da ONU, pelo menos uma pessoa ficou ferida e recebeu atendimento de funcionários da ONU no local.
O vídeo reforça as denúncias da ONU sobre a terrível situação humanitária em Gaza, com a fome atingindo níveis alarmantes. A divulgação dessas imagens acontece num momento de crescente pressão internacional sobre Israel devido à crise humanitária na região.
Vale lembrar que a guerra em Gaza começou após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que resultou em mais de 1.200 israelenses mortos e mais de 250 feitos reféns. Desde então, o conflito já vitimou mais de 60 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza (controlado pelo Hamas), corroborados pela ONU. A maioria das vítimas são crianças e mulheres. Que tragédia!
Em meio a tudo isso, a ONU insiste na Solução de Dois Estados como o “único caminho” para a paz entre Israel e Palestina, planejando uma missão internacional em Gaza após um eventual cessar-fogo. A Conferência Internacional da ONU defende a unificação de Gaza e Cisjordânia, junto com Jerusalém Oriental, para formar um Estado palestino soberano governado pela Autoridade Palestina, conforme resolução da ONU de 1947. Essa proposta, assinada por diversos países, incluindo Brasil, Reino Unido, Japão, Itália, Egito, Jordânia, Canadá, União Europeia e Liga dos Países Árabes, enfrenta forte oposição dos Estados Unidos, que a classificou como “golpe publicitário”, e de Israel, que rejeita a criação de um Estado palestino. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao lado de Donald Trump em 7 de julho, declarou que a criação da Palestina seria uma ameaça à existência de Israel.
Atualmente, 146 países reconhecem o Estado Palestino, incluindo o Brasil. A Espanha, Noruega e Irlanda também se juntaram ao grupo em 2024. A situação é, no mínimo, complexa e preocupante.
Fonte da Matéria: g1.globo.com