A internet fez de novo! Em apenas uma semana, o “morango do amor” virou febre no Brasil, bombando nas redes sociais e conquistando o paladar dos brasileiros. Só que essa popularidade repentina pegou muita gente de surpresa, principalmente os produtores. Afinal, a colheita do morango ainda tá só começando!
Minas Gerais, o maior fornecedor do país, só chega ao auge da produção em setembro, segundo José Abílio de Oliveira, técnico da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais). A mesma situação se repete em outros grandes polos produtores, como São Paulo e Rio Grande do Sul. Olha só o que aconteceu:
A procura tá tão alta que, em algumas confeitarias, o doce esgotou em apenas meia hora! Isso, gente, elevou os preços às alturas. Em São Paulo, por exemplo, já vi o “morango do amor” sendo vendido por até R$ 40! Caramba!
O preço do morango in natura também subiu bastante. Em Minas Gerais, uma caixa de 1,2 kg pode chegar a R$ 35 nas mãos do produtor – o normal pra essa época seria até R$ 25. Na Ceasa-MG (Centro Estadual de Abastecimento de Minas Gerais), na quarta-feira (23), o quilo estava custando até R$ 23,33. Em São Paulo, a situação é parecida: o agricultor vende por volta de R$ 35, segundo André Luiz Barreto, engenheiro agrônomo da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral). Na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), o quilo do morango estava a R$ 30 na mesma quarta-feira. Deu pra perceber que a coisa tá feia, né?
O iFood, inclusive, registrou um aumento impressionante nos pedidos de “morango do amor”: 25 vezes mais em um mês no Brasil, e quase 50 vezes em São Paulo!
**Fora de Época:**
Conversando com fornecedores, o g1 percebeu que a dificuldade não é por falta de plantio, mas sim pela safra estar no início, ou até mesmo ainda nem ter começado em alguns lugares, como no Rio Grande do Sul. “A produção baixa é normal para essa época do ano”, explica Maicon Berwanger, agrônomo da Emater-RS.
O morango é uma fruta da primavera, sabe? Precisa de bastante sol, temperaturas em torno de 25°C e noites mais frescas. No inverno, a colheita é bem menor. No Rio Grande do Sul, as chuvas fortes causaram problemas: um fungo chamado “mofo cinzento” atacou as plantações, e geadas queimaram boa parte da produção. Resultado: colheita bem menor que o normal. Mas a florada já voltou, e a expectativa é de uma boa safra em setembro – a fruta leva cerca de 50 dias entre a florada e a colheita.
Em Minas Gerais e São Paulo também houve geadas, mas mais fracas. Os especialistas afirmam que os produtores conseguiram minimizar os prejuízos, e a colheita está dentro do esperado para o período.
Em Minas Gerais, a produção começa em março e cresce gradativamente, atingindo o pico em setembro e diminuindo em outubro. Já em São Paulo, a safra começa mais tarde, entre o fim de junho e o início de julho.
Fonte da Matéria: g1.globo.com