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Inferno em El Salvador: Venezuelano relata pesadelo em prisão de segurança máxima

Andy Perozo, um venezuelano, viveu um verdadeiro terror no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), prisão de segurança máxima em El Salvador. Preso nos EUA por não cumprir uma ordem de deportação e, depois, acusado – sem provas concretas – de ligação com o “Tren de Aragua”, ele foi jogado naquele inferno. “Chegou um guarda e disse: ‘Bem-vindos ao Cecot, ao inferno. Daqui ninguém sai’”, contou Andy, a voz ainda carregada de medo. “A gente levou socos e pontapés. Na hora, pensei: ‘Só Deus me tira daqui’”.

Imagina só a cena: cabelos raspados, uniformes da prisão, algemas… “As pessoas desmaiavam, sangravam. Depois das agressões, os guardas sumiram. A violência toda era contra nós, venezuelanos”, descreveu, os olhos ainda brilhando de pavor. Ele lembra da chegada como um ataque coordenado: “Os soldados abriram a porta do ônibus antes mesmo do motorista. Pareciam zumbis, tentando agarrar todo mundo!”.

Ao desembarcarem, o diretor do presídio os recebeu com uma ameaça: “Bem-vindos ao Cecot. Vocês nunca sairão daqui porque são membros do Tren de Aragua e são condenados como terroristas. Vou garantir que nunca mais comam frango ou carne”. Que crueldade!

Apesar de tudo, Andy agradeceu ao governo venezuelano pela sua libertação, algo que ele considerava impossível. “Achei que nunca mais veria a luz do dia. Mas hoje estou livre”, disse, aliviado. Sua liberdade veio através de uma troca de prisioneiros entre os governos de Nicolás Maduro e Donald Trump, que resultou no retorno de dez cidadãos norte-americanos detidos na Venezuela e na repatriação de cerca de 80 venezuelanos.

Enquanto isso, em Caracas, familiares dos detidos – muitos jovens, estudantes ou trabalhadores sem histórico criminal – realizaram protestos pacíficos pedindo ajuda internacional. Eles foram às embaixadas, inclusive à do Brasil, entregando uma carta ao presidente Lula solicitando apoio humanitário. A situação dessas famílias é desesperadora.

O governo venezuelano tem buscado fortalecer seus laços com outros países, inclusive por meio de acordos como esse. Paralelamente, a União Europeia expressou suas preocupações com os direitos humanos em conversas recentes com autoridades chinesas, mostrando que o tema permanece na pauta internacional.

O Cecot, uma das maiores prisões de segurança máxima da América Latina, continua sob os holofotes internacionais devido às suas condições brutais e ao alto número de presos acusados de crimes organizados. A história de Andy é um grito de alerta sobre a situação dos venezuelanos presos em El Salvador e a necessidade de uma intervenção internacional para garantir seus direitos humanos. A imagem de Kilmar Abrego Garcia, identificada por sua esposa, Jennifer Vasquez Sura, no tribunal distrital dos EUA em Maryland, ilustra a angústia de muitas famílias.

Fonte da Matéria: g1.globo.com