Em 1985, quando o Tokyo estourou com o álbum “Humanos”, um som new wave com pegada punk e a participação de Nina Hagen em “Garota de Berlim” (composta por Rodrigo Andrade), ninguém imaginava que o vocalista, Eduardo Smith de Vasconcellos Suplicy – o Supla – teria uma carreira tão longa e intensa no cenário musical brasileiro. A verdade é que Supla, contra todas as expectativas da crítica na época, sobreviveu ao sucesso inicial do Tokyo, se aventurou na atuação, na TV, até em reality shows! E, olha só, 40 anos depois de “Humanos”, ele tá aí, firme e forte, lançando seu vigésimo álbum, “Nada Foi em Vão”.
Disponível em formato digital e em um incrível vinil rosa, a partir de 25 de julho, “Nada Foi em Vão” é uma parceria de Supla com Os Punks de Boutique – um nome, diga-se de passagem, que ironiza aqueles que viam no loiro platinado do Tokyo apenas um “punk de boutique”.
Com 15 faixas, sendo três gravadas em Los Angeles, o álbum é, nas palavras do próprio Papito (apelido carinhoso do artista), “um rock’n’roll aberto a todas as influências”. E não é que ele tá certo? O disco passeia pelos anos 60 e 70, misturando punk (“Amor Kamikaze”), uma bossa nova com um toque gótico (“If You Believe in Nosferatu”), heavy metal (“Médico Monstro”), funk (“Queixo Novo”), ska (“Me Encontro com Você”) e até mesmo um clássico do The Ronettes (1959-1967): “Be My Bapor” (de Phil Spector, Jeff Barry e Ellie Greenwich, 1963). Incrível, né?
E as surpresas não param por aí! Supla também regrava “Raindrops Keep Fallin’ on My Head”, tema de “Butch Cassidy and the Sundance Kid” (1969), um dos maiores sucessos de Burt Bacharach (1928-2023) e Hal David (1921-2012). Já a faixa-título, “Nada Foi em Vão”, composta por Supla com letra de Tatiana Prudêncio, é uma balada reflexiva. Para Supla, tudo parece ter valido a pena nesses 40 anos de estrada. Me parece que ele tá certo!
Fonte da Matéria: g1.globo.com