Olha só que notícia incrível! Claudio Nucci e Zé Renato, depois de quarenta anos, se juntaram novamente para lançar “A Bandeira do Porvir”, uma música inédita em disco, composta por Milton Nascimento e com letra de Marcio Borges. A história por trás dessa faixa é fascinante, sabe?
Tudo começou em 2012, durante o musical sinfônico “Semente – A Bandeira do Porvir”, em Belo Horizonte. Claudio e Zé Renato participaram do espetáculo, dirigido por Claudia Brandão e idealizado por Marcio Borges, figuraça do Clube da Esquina. Foi durante os ensaios que Marcio entregou a Claudio uma fita com a gravação de “A Bandeira do Porvir”, na voz do próprio Milton Nascimento. A ideia era Nucci harmonizar a música para cantá-la no Palácio das Artes, um palco gigante em BH. Mas, no fim das contas, os diretores preferiram usar a gravação original de Milton no espetáculo. A música, então, meio que sumiu do mapa após o fim da temporada.
Mas, acredite, ela nunca saiu da cabeça de Claudio e Marcio! Em um encontro casual em 2024, os dois resolveram tirar a poeira de “A Bandeira do Porvir”. Com o aval de Milton e Marcio, Claudio botou a mão na massa e produziu a faixa, reunindo um time de peso: Márcio Resende (flauta), Paulo Calasans (piano), Rafael Lorga (ritmo), Rômulo Gomes (baixo fretless) e o próprio Claudio no violão, arranjo e mixagem.
Aí entra Zé Renato na jogada. Maurício Gouvêa teve a ideia de celebrar os 40 anos do álbum “Pelo sim pelo não” (1985), o único disco da dupla, com o lançamento de uma gravação inédita: “Eu sambo mesmo”. Essa pérola, de Janet de Almeida (1945), estava lá, perdida nas fitas demo do álbum de 1985. Afinal, “Pelo sim pelo não” e “A hora e a vez” – ambas na trilha sonora de “Roque Santeiro” – foram um sucesso estrondoso, impulsionando a carreira da dupla.
Zé topou na hora! Mas não parou por aí. A proposta incluía um novo registro de “A Bandeira do Porvir”, mostrando a dupla em ação no presente. Claudio aprovou a ideia e, pronto, a engrenagem começou a funcionar.
O single, que será lançado em 8 de agosto pela Discobertas (versão digital, com vinil de 7 polegadas previsto para o final do ano), traz uma combinação deliciosa: a beleza da melodia de Milton Nascimento e a letra poética e esperançosa de Marcio Borges, que celebra a vida e a possibilidade de recomeços. Já “Eu sambo mesmo”, gravada em 1985 com Carlos Bala, Luiz Avellar, Nico Assumpção (1954-2001), Ricardo Silveira e Serginho Trombone (1949-2020), mostra que a dupla fez a escolha certa ao deixá-la de fora do álbum original – o disco tomou outro rumo.
A capa, com fotos de Alexander Landau e Dri Gonçalves e arte de Philippe Leon, retrata a dupla. A produção executiva é de Marcelo Fróes e a artística de Maurício Gouvêa Memeca Moschovich. O lançamento faz parte do projeto “Claudio Nucci e Zé Renato 40 anos (1985-2025)”, celebrando as quatro décadas do álbum, mas a parceria dos dois já dura 50 anos! Tudo começou nos anos 1970, quando ainda estudantes no Colégio Rio de Janeiro, eles se apresentavam em festivais. Passaram pelos grupos Cantares (Zé), Semente (Nucci) e, claro, pelo Boca Livre, que os lançou para o sucesso nacional a partir de 1979. E agora, um novo capítulo dessa história linda se inicia em agosto com o lançamento de “A Bandeira do Porvir”. Que demais, né?
Fonte da Matéria: g1.globo.com