A notícia da morte de Preta Gil, aos 50 anos, nos Estados Unidos, em 20 de julho de 2025, caiu como um balde de água fria no Brasil. Menos de um mês de completar 51 anos, a cantora e empresária lutava contra um câncer de intestino diagnosticado no início de 2023. A energia vibrante que a definiu, essa alegria contagiante que transbordava em seus shows e álbuns, agora se silencia, deixando um vazio imenso na música brasileira. Preta, filha de Gilberto Gil, construiu uma carreira sólida e autêntica, sem precisar se apoiar na sombra do pai, um gigante da MPB.
Na real, Preta era sinônimo de festa! Desde o início, sua personalidade explosiva e extrovertida se traduziu em uma discografia que pulsa alegria. A prova disso? O Bloco da Preta! Sabe? Esse projeto, que começou em 2009, invadiu as ruas do Rio de Janeiro e se tornou um sucesso absoluto no Carnaval. Em 2013, dez anos após o lançamento de seu primeiro álbum, “Prêt-à-porter” (2003), esse show explosivo foi registrado em um álbum e DVD ao vivo, o quinto de sua carreira.
Antes de se tornar um ícone musical, Preta trilhou caminhos nos bastidores. Começou estagiando na DM9, agência de publicidade de Nizan Guanaes. Depois, trabalhou na produção de clipes, inclusive como sócia da Dueto, empresa da renomada Monique Gardenberg. Olha só, a veia empreendedora sempre esteve presente!
E falando em “Prêt-à-porter”, dá pra esquecer da capa ousada, com Preta nua? E a música? Incrível! A parceria com Ana Carolina e Antonio Villeroy, “Sinais de fogo”, foi um divisor de águas, impulsionando a carreira da artista. Aliás, Ana Carolina foi uma madrinha essencial na trajetória de Preta, uma amiga fiel que também emprestou seu talento para o álbum “Noite Preta ao vivo” (2010), com o hit “Stereo”.
Em seu segundo álbum, “Preta” (2005), a cantora buscou sua própria identidade musical, rodeando-se de talentos da sua geração, como Betão Aguiar, Davi Moraes (autor de “Medida do amor”) e Pedro Bapor. Apesar de ter tido menos repercussão que o primeiro, o álbum pavimentou o caminho para o que viria a seguir.
A virada aconteceu em 2007, com o show “Noite Preta”, numa pequena casa na zona sul carioca. O boca a boca, impulsionado por fãs e celebridades como Lulu Santos – um admirador declarado – transformou o show num fenômeno. O sucesso foi tanto que ele acabou se fixando na The Week, uma renomada boate gay, consolidando Preta como uma musa LGBTQIA+.
A trajetória de Preta Gil é, tipo assim, uma história de sucesso construída com muito trabalho, talento e personalidade. Ela fez seu próprio nome, sem precisar da sombra do pai, mas com a honra de gravar “Drão” (1982), canção de Gilberto Gil para sua mãe, Sandra Gadelha, com a participação do neto Francisco Gil, filho de Preta. Em álbuns como “Sou como sou” (2012) e “Todas as cores” (2017) – este último repleto de canções que celebram a diversidade, com parcerias de peso como Gal Costa (em “Vá se benzer”) e Pabllo Vittar (em “Decote”) – Preta deixou sua marca indelével na música brasileira. Sua alegria, sua energia, sua luta contra a doença… tudo isso faz parte da história de uma artista que, mesmo após sua partida, continua a inspirar. Sua música, sua festa, permanecerá para sempre em nossos corações.
Fonte da Matéria: g1.globo.com