** A tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos esquentou o mercado financeiro nesta sexta-feira (18). O dólar disparou, fechando o dia com alta de 0,56%, cotado a R$ 5,5774 por volta das 15h30. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, mergulhou 1,47%, atingindo 133.576 pontos. A causa? A ameaça do presidente americano, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
A situação tá tensa, viu? Trump, na sua carta, cita as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como justificativa para o “tarifaço”. E, olha só, Bolsonaro foi alvo de uma nova operação da Polícia Federal justamente nesse dia, investigado por coação no curso do processo, obstrução da Justiça e ataque à soberania nacional. (mais detalhes abaixo)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação, afirmando que houve atuação dolosa e ilícita de Bolsonaro, em conluio com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para submeter o STF a pressões externas por meio de “negociações espúrias e criminosas”. Moraes, na decisão, determinou o uso de tornozeleira eletrônica para Bolsonaro, além de proibições de aproximação de embaixadas e consulados, contato com outros réus e investigados, e comunicação com autoridades estrangeiras, inclusive por terceiros.
Enquanto isso, no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ficou calado! Ele classificou a decisão de Trump como “chantagem inaceitável” em pronunciamento oficial, defendendo o Judiciário e afirmando que qualquer interferência externa representa um “grave atentado à soberania nacional”. Lula, em rede nacional, não poupou as críticas: “Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria! Apostam no ‘quanto pior, melhor’, sem se importar com a economia e os danos ao nosso povo”.
Em entrevista à CNN Internacional, Lula foi mais direto ainda com a jornalista Christiane Amanpour: “Não podemos deixar o presidente Trump esquecer que ele foi eleito para governar os EUA, não para ser o imperador do mundo”. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rebateu, afirmando que Trump “não está tentando ser o imperador do mundo”, mas sim um “presidente forte e líder do mundo livre”.
Em paralelo, o vice-presidente Geraldo Alckmin se reúne com representantes do setor produtivo para definir a resposta do governo ao aumento das tarifas. Nesta sexta, ele se encontrou com Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Trump, além de mirar o Brasil, também voltou a atacar o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, e seu presidente, Jerome Powell, chamando-o de “idiota” em suas redes sociais. Ele criticou o Fed por manter os juros altos, afetando a população americana. A pressão acontece às vésperas da reunião de política monetária do Fed, marcada para 29 e 30 de julho.
Dados recentes sobre varejo e mercado de trabalho nos EUA reforçam o bom momento da economia americana, influenciando as apostas em cortes de juros. Embora a maioria das autoridades do Fed ainda seja cautelosa, há sinais de divergências internas. Christopher Waller, diretor do Fed e cotado para substituir Powell, defendeu um corte de 25 pontos-base ainda em julho, argumentando que a economia está mais branda e os riscos ao emprego aumentaram. Waller descartou impacto inflacionário significativo das tarifas e disse que a política monetária precisa se ajustar caso a economia desacelere. “Esperar até setembro nos colocaria em risco de ficar atrás da curva”, afirmou.
Por fim, analistas acompanham indicadores econômicos nos EUA, como expectativas de inflação e o sentimento do consumidor, em mais um dia de agenda internacional esvaziada.
**Resumo dos indicadores:**
**Dólar:**
* Acumulado na semana: -0,02%
* Acumulado no mês: +2,08%
* Acumulado no ano: -10,24%
**Ibovespa:**
* Acumulado na semana: -0,58%
* Acumulado no mês: -2,37%
* Acumulado no ano: +12,70%
**Operação contra Jair Bolsonaro:**
A Polícia Federal deflagrou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira, levando-o a usar tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Moraes afirma que Bolsonaro condicionou o fim das tarifas impostas por Trump à anistia judicial, agindo em parceria com Eduardo Bolsonaro para pressionar o STF. O ex-presidente nega as acusações, classificando as ações como “humilhação” e “perseguição política”. Ele está proibido de usar redes sociais e de manter contato com outros investigados.
**Trump pressiona o Fed:**
Donald Trump voltou a criticar Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, por manter os juros altos. A pressão ocorre antes da reunião de política monetária do Fed. Christopher Waller, diretor do Fed, defendeu um corte de juros ainda em julho.
**União Europeia tenta evitar tarifas:**
Negociadores da União Europeia realizaram uma rodada de reuniões com autoridades americanas em Washington para tentar evitar novas tarifas impostas por Trump. A fase final das negociações é considerada a mais difícil. O jornal Financial Times informou que Trump pressiona por tarifas entre 15% e 20% sobre todos os produtos da UE.
Fonte da Matéria: g1.globo.com
