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Golpe do SMS: Antenas falsas disparam milhares de mensagens fraudulentas

“Empréstimo de R$ 2.500 aprovado! Não foi você? Ligue já!” Essa é só uma das mensagens que golpistas estão usando para aplicar golpes via SMS. A sacada? Antenas falsas de celular, instaladas em locais estratégicos, para atingir milhares de vítimas. Não são aquelas antenas gigantes que a gente vê em torres de telefonia, mas, olha só, elas conseguem identificar e enviar mensagens para todos os celulares em um raio de aproximadamente 2 km!

Uma dessas “caixinhas pretas” foi encontrada no dia 11 de sexta-feira, pela Polícia Civil e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Imagina: 13º andar de um prédio perto do aeroporto de Congonhas, em São Paulo! Mais de 4 mil mensagens fraudulentas disparadas de lá. Em outro caso, inacreditável, uma única antena enviou mais de 100 mil mensagens em apenas um dia!

A Anatel explicou direitinho como funciona o esquema: os bandidos alugam apartamentos, geralmente em prédios altos e com bastante movimento – lugares com alta rotatividade de moradores, sabe? Eles ficam pouco tempo para não levantar suspeitas. Lá, instalam uma espécie de “caixa preta”, um transmissor conectado a uma pequena antena e um notebook com um programa que dispara as mensagens em massa. As antenas então “sequestram” os celulares por alguns segundos, enviando as mensagens falsas.

O gerente regional da Anatel em São Paulo, Marcelo Augusto Scacabarozi, contou ao g1 que há indícios de que esse tipo de golpe está se espalhando pelo país. Receberam denúncias de sinais estranhos em Campinas, Santos e Guarulhos, todas em São Paulo. “A gente acredita que esse golpe pode estar em todas as grandes cidades, mas ainda não encontramos as antenas em nenhum outro lugar”, disse ele.

Os casos em São Paulo têm algo em comum: as mensagens falam de transações bancárias e compras em lojas. A forma como montam os equipamentos também é parecida. “Isso indica que existe uma organização criminosa por trás disso tudo”, afirmou Scacabarozi. Em 2025, cinco antenas foram desativadas só em São Paulo. Em um dos casos, em janeiro, um homem foi preso por enviar mensagens falsas sobre suspensões de carteiras de motorista. Nos outros, os apartamentos estavam vazios.

A Polícia Civil revelou em 2024 que pelo menos cem pessoas perderam dinheiro com esse golpe. Teve até um caso em que a antena foi colocada dentro de um carro, para atingir pessoas em locais com muito trânsito, como Jardins, Itaim Bibi, Pinheiros e Tatuapé. Um homem foi preso e confessou que recebia R$ 1.000 por semana para rodar pela cidade com o carro “equipado”.

Como os usuários são afetados? Os celulares são “sequestrados” pela rede clandestina por alguns segundos, recebendo as mensagens fraudulentas. Quem só passa perto recebe uma ou duas mensagens. Mas quem mora perto… pode receber várias por dia! E não tem muito o que fazer para se proteger diretamente do ataque. “Essas antenas falsas mudam o alvo, sabe? Primeiro atacam a operadora A, depois a B, depois a C… vão rodando”, explicou Scacabarozi.

E como a Anatel identifica essas antenas? As operadoras de telefonia são fundamentais. Elas detectam interferências e denunciam à agência. Além das mensagens fraudulentas, os usuários podem notar queda na qualidade do sinal, problemas nas ligações e dificuldades na comunicação. A Anatel usa equipamentos como o Drive Test e um analisador de espectro para localizar as antenas. A estrutura é simples, caseira, e aproveita a altura do prédio para ampliar o alcance do sinal, geralmente em áreas de maior circulação e poder aquisitivo.

Para se proteger, a dica é: não clique em links suspeitos e não ligue para números desconhecidos. Dúvidas? Procure os canais oficiais das empresas nos sites delas. “Muita gente cai nessa, clica nos links e abre brechas para invasão no celular ou roubo de dados”, alerta a Anatel. A agência, junto com a Polícia Civil, a Receita Federal e o Ministério Público, está investigando os fornecedores desses equipamentos.

Fonte da Matéria: g1.globo.com