Uma pesquisa recente da Reuters/Ipsos, finalizada em 16 de outubro, jogou gasolina na fogueira do polêmico caso Jeffrey Epstein. Olha só: 69% dos 1.027 adultos entrevistados acreditam que o governo Trump tá escondendo informações sobre os clientes do financista. Isso é um número impactante, né? Apenas 6% discordaram, enquanto 25% disseram não ter certeza. A pesquisa, realizada online em dois dias, foi divulgada na quinta-feira (17).
A aprovação da condução do caso por Trump também tá baixa: apenas 17% dos americanos aprovam a forma como ele lidou com tudo isso. Entre os republicanos, a aprovação sobe um pouco, chegando a 35%, mas ainda assim, 29% desaprovam. Uau!
Na quarta-feira (16), Trump, visivelmente irritado com as críticas, desabafou no Truth Social, sua rede social favorita. Ele chamou os rumores sobre a “lista de Epstein” – que circulam há anos na internet – de “farsa” e “bobagem”, acusando os democratas de um “golpe”. A declaração dele foi bem forte, tipo assim: “Os democratas da esquerda radical acertaram em cheio – de novo! (…) Esses golpes e farsas são tudo o que eles sabem fazer – é tudo o que eles têm. Eles não são bons em governar, não são bons em fazer política e não são bons em escolher candidatos vencedores. (…) Seu novo GOLPE é o que chamaremos para sempre de Farsa de Jeffrey Epstein…”, escreveu ele, se vangloriando de seus feitos na presidência e atacando seus opositores.
Na campanha presidencial de 2024, Trump prometeu à sua base MAGA – Make America Great Again – revelar a tal lista. Afinal, Epstein foi acusado de abusar sexualmente de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual, morrendo na prisão em 2019, em Nova York. Mas aí que tá o problema…
O Departamento de Justiça dos EUA divulgou um comunicado na semana passada dizendo que Epstein morreu por suicídio e que não havia nenhuma “lista de clientes” usada para chantagem. Essa conclusão contradiz as teorias conspiratórias, inclusive aquelas alimentadas pelo próprio Trump e seus apoiadores MAGA. A situação virou um verdadeiro feitiço contra o feiticeiro!
Em fevereiro, a procuradora-geral Pam Bondi chegou a afirmar que uma lista de clientes estava em sua “mesa para ser revisada”. Será que existia mesmo?
A relação próxima entre Trump e Epstein nos anos 90 e início dos anos 2000 é um fato conhecido. Eles frequentavam os mesmos círculos de luxo em Palm Beach e Nova York, aparecendo juntos em várias ocasiões, inclusive em festas em Mar-a-Lago. Após a prisão de Epstein, Trump tentou se distanciar, mas depois, ele e seus aliados passaram a alimentar as teorias sobre o caso, sugerindo – sem provas – que o financista teria sido assassinado para proteger figuras poderosas.
Em setembro de 2024, em entrevista ao podcast de Lex Fridman, Trump comentou sobre a ausência da lista pública de quem visitou a ilha de Epstein. Ele disse: “É muito interessante, não é?”, sugerindo que a lista provavelmente seria divulgada e que ele “não teria problema com isso”.
A base MAGA tá furiosa! A frustração é geral depois do anúncio do Departamento de Justiça. Influenciadores conservadores, como Laura Loomer e Steve Bannon, acusaram o próprio governo de acobertamento. Bannon, inclusive, disse que o caso representa uma traição à base conservadora. Brandon Tatum também entrou na onda, falando em autoridades escondendo a verdade e insinuando uma conspiração que poderia envolver até figuras próximas a Trump.
As redes sociais de Trump estão inundadas de comentários de apoiadores MAGA exigindo a verdade. A situação gerou uma crise de confiança sem precedentes. Parte da base, que durante anos alimentou as suspeitas promovidas pelo próprio Trump, agora desconfia dele, acusando-o de fazer exatamente o que denunciava: esconder informações e proteger elites.
Por fim, vale lembrar que MAGA, sigla para “Make America Great Again” (Tornar a América Grande Novamente), é o lema da campanha de Trump desde 2016, usado também por Ronald Reagan no passado. A frase evoca uma nostalgia de um passado idealizado dos EUA, mais próspero e com uma identidade nacional mais forte. Em 2024, o slogan voltou com tudo, estampado em bonés e camisetas nos comícios de Trump.
Fonte da Matéria: g1.globo.com