** O Espírito Santo, maior exportador brasileiro de rochas naturais, tá sentindo na pele o impacto do anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros imposto por Donald Trump. Exportadores capixabas, principalmente de mármore e granito, relatam a suspensão imediata de embarques para os EUA, mesmo sem cancelamentos oficiais dos pedidos. “Os compradores americanos pediram uma pausa. Não cancelaram nada, mas querem esperar pra ver se a tarifa de 1º de agosto vai mesmo acontecer”, explicou Tales Machado, presidente da Centrorochas e empresário do setor. A situação é tensa!
A principal preocupação, segundo Machado, é a perda de competitividade. Se a tarifa brasileira ficar acima da aplicada a concorrentes como Itália, Turquia, Índia e China, o mármore e o granito capixabas vão perder espaço no mercado. “Nossa maior preocupação é essa diferença de taxação com os concorrentes diretos”, completou ele, com a voz carregada de preocupação.
Mas calma, não tá tudo perdido! Governo e setor estão se movimentando. Na segunda-feira (14), o governador Renato Casagrande (PSB) se encontrou com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, para discutir a situação. O governo federal criou um comitê para avaliar os impactos da tarifa. A reação foi rápida, e isso é bom!
Além disso, entidades americanas do setor também estão se mobilizando. “A industrialização do produto final acontece nos EUA. Tem uma cadeia produtiva inteira que depende da gente. A gente tem uma boa relação com o setor americano, e eles vão pressionar o governo deles pra reverter essa tarifa”, explicou Machado.
Os Estados Unidos são o principal destino das rochas capixabas. Só em junho de 2025, responderam por 62,4% das exportações estaduais, um número impressionante! A China, por exemplo, ficou em segundo lugar, com apenas 17,5%. Olha só a dependência do mercado americano:
* Janeiro – 69%
* Fevereiro – 68,4%
* Março – 63,3%
* Abril – 63,5%
* Maio – 69,8%
* Junho – 62,4%
O Espírito Santo é gigante no setor, respondendo por 82,85% das exportações brasileiras de rochas naturais entre janeiro e junho de 2025. A maioria das vendas são de chapas polidas (mármore e granito), com alto valor agregado, produzidas em cidades como Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Barra de São Francisco, Castelo e Atílio Vivácqua. Outros mercados preferem os blocos brutos, o que seria um retrocesso, pois o beneficiamento gera mais empregos e valor. “As indústrias capixabas estão entre as melhores do mundo. A gente não pode voltar a vender blocos, seria um passo para trás”, afirmou Machado.
Substituir o mercado americano rapidamente? Difícil. “A economia dos EUA é gigante. Não seria fácil achar um substituto”, admite Machado.
A Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo) acompanha a situação de perto, alinhada com a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Na segunda-feira (14), o presidente da Findes, Paulo Baraona, participou de uma reunião nacional pedindo um adiamento mínimo de 90 dias na aplicação das tarifas. A pressão tá forte!
Fonte da Matéria: g1.globo.com