O governo Lula vai enviar uma carta aos Estados Unidos nos próximos dias para contestar as tarifas de 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros. A iniciativa, apurada pela GloboNews, será conduzida pela embaixadora Maria Luiza Viotti, que entregará o documento à Secretaria de Comércio americana, liderada pelo USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos). A carta, já pronta, leva as assinaturas do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e do chanceler Mauro Vieira, mas ainda precisa do aval final do presidente Lula.
A decisão acontece após Trump, em carta ao Brasil, reclamar das ações judiciais contra Jair Bolsonaro e alegar, erroneamente, um déficit comercial americano em relação ao Brasil. Na real, o Brasil apresenta superávit na balança comercial com os EUA. Irritante, né?
A carta brasileira formaliza três pedidos: a manutenção do diálogo entre os dois países; a realização de novas reuniões para discutir as tarifas; e uma resposta americana a documentos enviados em maio pelo Brasil, contendo dados detalhados sobre a balança comercial – que até agora, cadê? Ficaram sem resposta.
Paralelamente, o governo publicou na quarta-feira (15) o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade. Embora não mencione os EUA explicitamente, essa lei é vista como uma resposta estratégica do Brasil ao “tarifaço” de Trump. O decreto estabelece procedimentos para que o Brasil possa suspender concessões comerciais, investimentos e obrigações relacionadas a direitos de propriedade intelectual, caso sofra ações unilaterais de países ou blocos que prejudiquem sua competitividade internacional. Olha só que estratégia! Uma forma de o Brasil se proteger, né?
Fonte da Matéria: g1.globo.com
