Apesar da guerra comercial com os EUA e das tarifas impostas por Donald Trump, a economia chinesa apresentou um crescimento robusto de 5,2% no segundo trimestre de 2023, segundo dados oficiais divulgados na terça-feira (15). Ufa! Que alívio para Pequim, né? O bom desempenho das exportações foi crucial para esse resultado positivo.
Mas calma, a situação não é tão tranquila assim. O governo chinês enfrenta uma verdadeira maratona para manter o crescimento, principalmente com a ofensiva tarifária americana. Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump vem impondo tarifas não só à China, mas também a outros parceiros comerciais, colocando em risco as exportações chinesas – justamente o motor que impulsiona a economia do país atualmente.
Apesar de Washington e Pequim terem chegado a um acordo em Londres no mês passado, tentando amenizar a tensão comercial, a incerteza ainda paira no ar. Na segunda-feira, Trump aumentou ainda mais a pressão, avisando que imporá tarifas de até 100% à Rússia caso a guerra na Ucrânia não termine em 50 dias. Olha só que situação!
A China, claro, criticou a ameaça, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, declarando que “coerção ou pressão não resolvem problemas”. Os países ocidentais, por sua vez, seguem pedindo à China – importante parceira comercial da Rússia – que use sua influência para pressionar Vladimir Putin a encerrar o conflito na Ucrânia. Uma situação bem complexa, não é?
O crescimento do PIB chinês de 5,2% no segundo trimestre bateu a previsão de analistas da AFP, que também esperavam algo na casa dos 5,2%. Porém, nem tudo são flores. As vendas no varejo, um termômetro crucial do consumo interno, cresceram apenas 4,8%, abaixo da expectativa de 5,3% (segundo a Bloomberg). Isso indica que os esforços para aquecer o consumo interno ainda não estão surtindo o efeito desejado.
Já a produção industrial surpreendeu positivamente, com um aumento de 6,8%, superando a previsão de 5,6%. “A economia nacional resistiu à pressão e mostrou uma melhora constante, apesar dos desafios”, declarou Sheng Laiyun, vice-diretor do Departamento Nacional de Estatísticas, em entrevista coletiva. Ele destacou o crescimento constante da produção e demanda, a estabilidade do emprego, o aumento da renda familiar e o desenvolvimento de novos motores de crescimento.
Dados da Administração Geral de Alfândega da China, divulgados na segunda-feira, mostraram um desempenho excepcional das exportações em junho: um crescimento de 5,8% em relação ao ano anterior e um salto de 32,4% em comparação com maio. A trégua comercial entre EUA e China ajudou bastante nesse resultado. As importações também cresceram 1,1%, superando a previsão de 0,3% e marcando o primeiro crescimento do ano. “Essa trégua foi duramente conquistada”, disse Wang Lingjun, oficial da alfândega, em entrevista à CCTV, reforçando a necessidade de diálogo e cooperação.
Apesar dos bons números do segundo trimestre, muitos analistas preveem uma desaceleração no crescimento nos próximos seis meses, com a demanda interna fraca como principal entrave. “Os dados provavelmente superestimam a força do crescimento”, afirmou Zichun Huang, economista da Capital Economics. Ele acredita que a desaceleração das exportações e o fim dos estímulos fiscais devem contribuir para essa queda.
Dados da semana passada indicaram uma leve alta nos preços ao consumidor em junho, quebrando uma sequência de quatro meses de deflação. Já o índice de preços ao produtor caiu 3,6%, prolongando uma tendência negativa de anos. Para os economistas, a China precisa urgentemente mudar seu modelo de crescimento, dando mais ênfase ao consumo interno e reduzindo a dependência de investimentos em infraestrutura, manufatura e exportações. Em resumo: um cenário desafiador, mas com sinais de resiliência da economia chinesa.
Fonte da Matéria: g1.globo.com