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Dólar dispara e atinge R$ 5,62 após Trump anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

A moeda americana teve um salto impressionante nesta quinta-feira (10), atingindo a marca de R$ 5,62 após o anúncio bombástico de Donald Trump: uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. Na quarta (9), o dólar já havia subido 1,06%, fechando a R$ 5,5032. Olha só o impacto: por volta das 12h20, a alta já era de 0,87%, com a moeda cotada a R$ 5,5509.

E o Ibovespa? Sofreu bastante com a notícia, registrando queda de 0,70%, aos 136.352 pontos. A Embraer, gente, foi uma das que mais sentiu o baque, com suas ações caindo mais de 8% no mesmo horário. A explicação? A empresa é uma das mais afetadas pelas novas tarifas, como você vai ver mais pra frente.

Trump, na sua justificativa, citou Jair Bolsonaro e criticou o julgamento dele no STF, chamando o caso de “vergonha internacional”. Isso, na real, deixou claro o tom político da decisão. “Não é a primeira vez que os EUA usam tarifas como arma política”, comentou o Nobel de Economia, Paul Krugman. Em resposta, Lula prometeu usar a Lei da Reciprocidade Econômica.

Com esse anúncio, o Brasil virou o país com a maior taxa entre as novas tarifas anunciadas por Trump. Desde segunda-feira, ele tem enviado cartas a vários líderes globais, impondo taxas mínimas para o comércio. Até agora, 22 países já receberam essas cartas.

A situação tá deixando o mercado financeiro de cabelo em pé. Afinal, essas tarifas podem encarecer produtos e aumentar os custos de produção, esquentando ainda mais a inflação. Isso pode forçar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a manter os juros altos por mais tempo.

E pra piorar, o IPCA de junho confirmou o estouro da meta de inflação: alta de 0,24%, acumulando 5,35% em 12 meses – bem acima do limite de 4,50%. Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, vai ter que mandar uma nova carta ao ministro Fernando Haddad explicando essa situação.

**Resumo do impacto:**

* **Dólar:** Acumulado na semana: +1,46%; Acumulado no mês: +1,28%; Acumulado no ano: -10,95%.
* **Ibovespa:** Acumulado na semana: -0,58%; Acumulado no mês: -0,99%; Acumulado no ano: +14,30%.

**A Tarifa de 50%:**

A carta de Trump diz que a tarifa de 50% vai atingir “todas e quaisquer exportações brasileiras para os EUA”, além das tarifas setoriais já existentes. Aço e alumínio, por exemplo, já sofrem com tarifas de 50%, afetando a siderurgia. Agora, outros setores importantes, como petróleo, café e carne bovina, também podem ser atingidos. Grandes empresas brasileiras estão na mira.

A XP Investimentos, por exemplo, estima que a Embraer tem 23,8% de sua receita vinda dos EUA. Outras empresas também estão na lista: Suzano (16,6%), Tupy (13,9%), Jalles Machado (11%), Frasle Mobility (10,8%), entre outras.

Trump justificou a medida alegando tarifas e barreiras comerciais “injustas” do Brasil, e um déficit comercial “insustentável” para os EUA. Mas, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram déficits comerciais seguidos entre Brasil e EUA desde 2009!

**Resposta de Lula:**

Lula respondeu que o Brasil não vai aceitar ser tutelado e que vai usar a Lei da Reciprocidade Econômica. Essa lei permite que o Brasil taxe quem o taxa. Mas, Trump avisou: se o Brasil reagir, os EUA aumentarão ainda mais as taxas. Por outro lado, ele sugeriu reduzir a tarifa se o Brasil abrir seus mercados. Ele também disse que empresas brasileiras poderiam evitar a tarifa produzindo nos EUA.

**Cartas a outros países:**

Trump já mandou cartas para vários países, definindo tarifas mínimas para negociações comerciais. Na segunda-feira, foram 14 notificações, com alíquotas de 25% a 40%, valendo a partir de 1º de agosto. Na quarta, foram mais oito países, incluindo o Brasil. As cartas são parecidas: Trump diz que é uma demonstração de força dos EUA e que quer negociar, mesmo com o déficit comercial.

**Preocupações com a inflação:**

Tudo isso reacende o medo de alta da inflação nos EUA e no mundo. As tarifas podem aumentar os custos de produção e os preços ao consumidor, pressionando o Fed a manter os juros altos, fortalecendo o dólar e afetando outros países. O adiamento da retomada do “tarifaço” para 1º de agosto, anunciado na segunda, acabou ficando em segundo plano diante desse novo cenário.

Fonte da Matéria: g1.globo.com