A Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP) expressou forte indignação com as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro em 6 de outubro de 2023. Lula voltou a usar o termo “genocídio” para descrever o conflito em Gaza e mencionou “violações à integridade territorial do Irã”. Para a FISESP, essas falas demonstram uma postura ideológica que isola o Brasil na cena internacional e ignora a realidade dos fatos.
“Olha só, a gente tá profundamente indignado com o que o presidente Lula falou no Brics”, disse um representante da FISESP em nota. “Ao acusar Israel de genocídio e afirmar que a solução depende exclusivamente do fim da ‘ocupação israelense’, ele ignora a situação real, optando por uma retórica ideológica em vez de uma diplomacia responsável”.
A entidade destacou o massacre promovido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, lembrando o sofrimento da população israelense: famílias destruídas, mulheres violentadas, crianças mortas e mais de 50 pessoas sequestradas há mais de 630 dias, submetidas a torturas físicas e psicológicas. “Na real, para o presidente, esse horror parece invisível”, lamentou a FISESP.
A nota critica a omissão de Lula sobre o Hamas, a falta de exigência pela libertação dos reféns e a ausência de condenação aos ataques com mísseis contra civis israelenses. “Ele condena Israel, a única democracia do Oriente Médio, por defender sua população. Isso é inacreditável!”, afirmou a Federação.
A FISESP também apontou que a utilização da palavra “genocídio” desrespeita a memória das vítimas do Holocausto e banaliza um crime gravíssimo. “A fala dele não é só falsa, é perigosa! Legitima o terrorismo, estimula o antissemitismo e isola o Brasil, colocando-o ao lado de regimes ditatoriais”, alertou a entidade.
A Federação cita uma reportagem da revista *The Economist* que define a política externa brasileira como “incoerente” e “hostil ao Ocidente”. “Um país que condena ataques a instalações iranianas, mas ignora o financiamento do Hamas pelo Irã e a brutal repressão a mulheres e minorias, não está promovendo a paz, tá escolhendo lados. E escolheu o lado errado!”, pontuou a FISESP.
A entidade ressalta o desejo de Israel e dos judeus pelo estabelecimento de um Estado palestino, mas livre do terrorismo do Hamas e sem o financiamento antissemita do Irã. “O Hamas não quer dois Estados, não quer coexistência, quer destruição. Com a paz, o terror perde o sentido”.
Por fim, a FISESP exige responsabilidade, equilíbrio e humanidade do presidente Lula. “O Brasil, que já foi referência em diplomacia, não pode ser porta-voz do ódio. Paz se constrói com a verdade, e a verdade é que não há paz enquanto o Hamas existir”.
**Discurso de Lula:**
Em seu discurso na Cúpula do Brics, Lula reconheceu o cenário global adverso, com um número recorde de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Ele criticou guerras e defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Sobre o conflito em Gaza, afirmou: “Não podemos ficar indiferentes ao genocídio praticado por Israel. A solução só virá com o fim da ocupação israelense e o estabelecimento de um Estado palestino soberano”. Lula também denunciou violações à integridade territorial do Irã e da Ucrânia.
Além disso, Lula defendeu a justiça tributária, o combate à sonegação e mecanismos para aumentar a tributação sobre os mais ricos, alinhado à estratégia do governo para compensar a derrubada de aumentos de impostos pelo Congresso. No Fórum Empresarial do Brics, ele defendeu o multilateralismo e a criação de uma governança multilateral para a inteligência artificial.
A Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 6 e 7 de outubro, teve como temas principais: saúde, meio ambiente, inteligência artificial e a reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança. Apesar da presença de países envolvidos em conflitos, como Rússia e Irã, temas ligados à guerra na Ucrânia e aos confrontos no Oriente Médio não estavam inicialmente na agenda oficial. O Brasil, na presidência rotativa do Brics, buscou priorizar conquistas concretas durante seu mandato. A ausência de Vladimir Putin e Xi Jinping, participando remotamente ou por meio de representantes, marcou o evento.
Fonte da Matéria: g1.globo.com