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Escassez de Cobre Ameaça a Transição Energética: Um Sinal de Alerta

A corrida para um futuro com energia limpa pode estar batendo de frente com um gargalo inesperado: a falta de cobre. Isso mesmo! Especialistas do setor mineral e até o próprio Ministério de Minas e Energia (MME) estão preocupados com a demanda explosiva pelo metal, essencial para a eletrificação da economia global. A situação tá tão crítica que, segundo Rodrigo Cota, diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do MME, até 2040 precisaremos extrair mais cobre do que toda a história da mineração mundial já registrou! Imagina só!

O cobre é, na real, o motor silencioso da energia limpa. Ele é fundamental em carros elétricos, turbinas eólicas, painéis solares, mas principalmente nas redes de transmissão de energia, que precisam crescer numa velocidade absurda para atender à demanda crescente. A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a demanda global vai chegar a 36,7 milhões de toneladas até 2040 – um aumento de quase 40% em relação a 2024, sendo que 45% desse crescimento se deve à transição energética. Cota explica: “O mundo tá eletrificando tudo: carros, transportes, indústrias… Mas isso só rola com uma rede de recarga robusta, e isso exige muito cobre, sabe?”.

E o Brasil nesse cenário? Bom, temos 11,2 milhões de toneladas em reservas conhecidas, o que nos coloca na 12ª posição mundial. Em 2024, exportamos US$ 4,16 bilhões em minérios de cobre, a segunda maior exportação mineral, só perdendo para o minério de ferro. Porém, ainda importamos cobre refinado, dependendo bastante de países como o Chile. Apesar disso, existem 13 grandes projetos de cobre em andamento no Brasil, espalhados por Pará, Goiás, Mato Grosso e Bahia. Mas será que isso vai ser suficiente?

A questão é que abrir novas minas é um processo lento e complicado. Maria Antonietta Cervetto, presidente da Associação Brasileira do Cobre (ABCobre), alerta: “Hoje, leva mais de 10 anos para colocar uma nova mina em operação. E ainda temos uma dependência muito grande da China no refino”. Além disso, o setor enfrenta vários desafios: preços instáveis na Bolsa de Londres (LME), falta de novas reservas economicamente viáveis, pressão por ESG (as empresas precisam provar sua sustentabilidade e rastreabilidade), infraestrutura precária no Brasil (portos, transporte), demanda em queda na China e na Europa, e falta de mão de obra especializada. Ufa!

E se o cobre não der conta do recado? Cota acredita que ainda existem alternativas. “O mundo está buscando mais fontes de cobre, mas talvez precisemos de novas tecnologias que dependam menos dele. O recado é claro: a transição energética exige planejamento e mineração responsável.” De fato, a situação é complexa e exige uma solução urgente.

Por que o cobre é tão importante? Porque ele é o melhor condutor elétrico (só perde para a prata!), um carro elétrico usa até cinco vezes mais cobre que um carro comum, ele está em painéis solares, turbinas eólicas, fios, encanamentos e transformadores, é 100% reciclável (80% do cobre já produzido ainda está em uso) e, finalmente, é considerado um termômetro da economia global, assim como o petróleo. A escassez de cobre, portanto, não é apenas um problema ambiental, mas um alerta para a economia mundial.

Fonte da Matéria: g1.globo.com