A Polícia Civil de São Paulo está com tudo para desvendar um esquema milionário! A investigação gira em torno de 29 empresas que receberam, via PIX, o dinheiro desviado do banco BMP Sociedade de Crédito LTDA, em um ataque hacker na madrugada de segunda-feira, 30 de junho. Foram 166 transações, somando mais de R$ 541 milhões, segundo informações do banco à polícia, às quais a GloboNews teve acesso.
O documento mostra valores que variam de R$ 271 milhões a R$ 200 mil, transferidos após a invasão do sistema da empresa terceirizada C&M Software (CMSW). A polícia já prendeu um funcionário da C&M, João Nazareno Roque, um operador de TI que vendeu a senha de acesso ao sistema por apenas R$ 15 mil! Olha só que absurdo! Ele confessou ter passado a senha para os hackers após ser abordado na saída de um bar na Zona Norte de São Paulo, no bairro City Jaraguá. Segundo a polícia, ele ainda não tem advogado.
Segundo os advogados do banco BMP, as transferências ocorreram entre 2h03 e 7h04 do dia 30 de junho. Em coletiva de imprensa na sexta-feira, dia 5, a Polícia Civil anunciou que, a pedido do banco, conseguiu bloquear cerca de R$ 270 milhões desviados para uma empresa de pagamentos. Isso foi possível graças à identificação de 69 operações menores, entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões.
Mas a coisa é mais grave do que parece! Os advogados do BMP explicaram que, após as primeiras transferências, o dinheiro foi fragmentado entre “inúmeras pessoas físicas e jurídicas”, caracterizando lavagem de dinheiro. Os delegados envolvidos na investigação suspeitam que o prejuízo pode ser ainda maior, já que a C&M presta serviço para mais de 23 instituições financeiras. “Não podemos afirmar a cifra exata, mas é um valor muito alto, o maior da história do Brasil”, disse o delegado Paulo Barbosa, do DEIC. Nossa!
Em nota, a C&M Software afirmou que colabora com as investigações e tomou todas as medidas cabíveis desde a descoberta do incidente. A empresa garante que sua plataforma continua funcionando normalmente e que se manterá discreta enquanto as investigações estiverem em andamento.
Agora, uma força-tarefa com Polícia Civil, Polícia Federal e Ministério Público vai entrar em ação para identificar os demais envolvidos e rastrear os ativos suspeitos. A polícia vai analisar os celulares e computadores apreendidos na casa do funcionário preso. Tudo indica que o grupo de hackers é de São Paulo, já que o contato com o operador de TI ocorreu em março, na saída de um bar na rua onde ele mora.
Roque disse à polícia ter recebido os R$ 15 mil em dinheiro vivo, via motoboy, e que se comunicava com os criminosos apenas por celular, trocando de aparelho a cada 15 dias para dificultar o rastreamento. A investigação continua, e ainda há muito a ser descoberto nesse caso que já é considerado um dos mais graves da história do Brasil no que diz respeito a ataques hackers. Afinal, o que mais vai aparecer? Só o tempo dirá.
Fonte da Matéria: g1.globo.com