O dólar começou a sexta-feira (4) em alta, subindo 0,08% e chegando a R$ 5,4091 por volta das 13h30. Apesar disso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, surpreendeu e operou em alta de 0,23% no mesmo horário, alcançando 141.248 pontos. A movimentação nos mercados, porém, foi mais calma por conta do feriado da Independência nos Estados Unidos, que deixou os mercados americanos fechados. Na quinta, a bolsa brasileira já havia batido recorde, fechando em 140.928 pontos, com uma valorização de 1,35%, enquanto o dólar caiu 0,29%, atingindo R$ 5,4049 – o menor valor desde 11 de junho de 2024 (R$ 5,3605).
A aprovação, na véspera, do polêmico pacote orçamentário de Donald Trump pelo Congresso americano está no centro das atenções dos investidores. O “pacotaço”, como foi chamado, prevê cortes significativos de impostos e um aumento substancial nos gastos públicos. Isso, segundo estimativas, vai inflar a dívida pública americana em US$ 3,3 trilhões na próxima década, gerando preocupações com a saúde fiscal dos EUA e abalando a confiança no mercado. Olha só o tamanho do rombo!
Outro fator que mexe com os mercados é o fim da suspensão das tarifas de importação (o famoso “tarifaço”) impostas por Trump. Na quinta-feira, o próprio Trump anunciou que Washington começaria a enviar cartas aos países, a partir da sexta-feira, definindo as novas taxas alfandegárias. Essa perspectiva de aumento nas tarifas preocupa, pois pode inflacionar os preços, elevar os custos de produção e, consequentemente, forçar o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, a manter os juros altos por mais tempo. Uma situação complicada, né?
No Brasil, a discussão sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continua acesa. Nesta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os efeitos dos decretos que tratavam do aumento do IOF, marcando uma audiência de conciliação entre o governo e o Congresso. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a decisão é “ótima”, visando a um equilíbrio entre os poderes. Ele acredita que a decisão vai ajudar a mostrar “até onde cada Poder pode ir”.
**Números da semana:**
* **Dólar:**
* Acumulado na semana: -1,43%
* Acumulado no mês: -0,53%
* Acumulado no ano: -12,54%
* **Ibovespa:**
* Acumulado na semana: +2,97%
* Acumulado no mês: +1,49%
* Acumulado no ano: +17,16%
**O “grande e belo” pacote de Trump:**
Aprovado pelo Congresso na quinta, o pacote orçamentário de Trump, apelidado de “One Big Beautiful Bill”, prevê: aumento de recursos para o controle da imigração; mais verba para as Forças Armadas; cortes em programas sociais, principalmente na saúde; novas isenções fiscais para gorjetas e horas extras; e a revogação de incentivos à energia limpa implementados na gestão Biden. O pacote, que prorroga cortes de impostos de 2017, pode aumentar a dívida pública em cerca de US$ 3,3 trilhões (aproximadamente R$ 18 trilhões), segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO). Trump deve sancionar a lei ainda nesta sexta.
**Tarifaço: a contagem regressiva:**
Com a trégua no Oriente Médio, o “tarifaço” de Trump voltou aos holofotes. A suspensão de 90 dias das tarifas está para acabar, e a falta de acordos comerciais preocupa. Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, confirmaram que não haverá prorrogação. O republicano disse que as cartas com as novas taxas (entre 20% e 30%) serão enviadas a grupos de 10 países. Apesar disso, alguns países ainda tentam negociar, como o Canadá, que cancelou um imposto sobre serviços digitais direcionados a empresas americanas, e a União Europeia, que busca alívio em setores estratégicos.
O mercado teme que o aumento das tarifas eleve preços e custos, pressionando a inflação e o consumo, podendo levar a uma desaceleração da economia americana, ou até mesmo a uma recessão global. Com isso, a política de juros do Fed fica em foco. Jerome Powell, presidente do Fed, reiterou que a instituição vai “esperar e obter mais informações” sobre o impacto das tarifas na inflação antes de reduzir os juros.
**IOF no radar:**
As contas públicas brasileiras seguem em evidência, com o IOF no centro do debate. A decisão do ministro Moraes de suspender os decretos sobre o aumento do IOF e convocar uma conciliação entre o governo e o Congresso gerou reações. Haddad classificou a decisão como positiva, enquanto o presidente Lula defendeu o recurso ao STF contra a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso, afirmando que “se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país”. O governo precisa do aumento do IOF para equilibrar as contas em 2026, segundo Haddad, que também defendeu a aprovação da MP que aumenta a tributação sobre apostas eletrônicas, criptoativos e fintechs, além de cortes em benefícios fiscais. A expectativa é de tensão entre os poderes. *Com informações da Reuters.*
Fonte da Matéria: g1.globo.com