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Dólar fecha em baixa histórica, abaixo dos R$ 5,43; Ibovespa oscila

A moeda americana fechou em queda nesta quarta-feira (2), cotada a R$ 5,4206, o menor valor em quase um ano – desde 19 de agosto de 2024 (R$ 5,4114), uma baixa de 0,74%! Olha só, o Ibovespa, por sua vez, teve um desempenho mais tímido, recuando 0,36%, fechando aos 139.051 pontos. A gente viu uma série de fatores influenciando o mercado hoje.

Um deles? A expectativa pela votação na Câmara dos Deputados do megapacote de cortes de impostos proposto pelo ex-presidente Donald Trump. Sabe, o Senado já tinha aprovado, e agora falta a Câmara. Esse “One Big Beautiful Bill”, como foi chamado, prevê uma baita redução de impostos e um aumento considerável nos gastos públicos. Isso, na real, deve inflar a dívida pública dos EUA em US$ 3,3 trilhões na próxima década, um número assustador que aumenta a insegurança sobre a maior economia do mundo.

Outro ponto importante: o fim da trégua do “tarifaço” de Trump tá chegando. A suspensão de 90 dias das tarifas impostas está perto de acabar, e só três acordos foram fechados até agora. Um deles, inclusive, foi anunciado justamente nesta quarta-feira: um acordo com o Vietnã. A tensão é grande, né?

No Brasil, a gente continua de olho na queda do projeto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O presidente Lula, aliás, defendeu a judicialização da questão e negou qualquer atrito com o Congresso. Mas a equipe econômica insiste na necessidade desse aumento para fechar as contas em 2025. E a queda na arrecadação, somada à resistência do Congresso, pode levar a cortes ainda maiores no orçamento, segundo o g1.

Para completar o cenário, o mercado acompanhou indicadores econômicos nacionais e internacionais. A produção industrial brasileira, por exemplo, caiu pelo segundo mês seguido em maio. Já nos EUA, o relatório ADP apontou o fechamento de 33 mil vagas no setor privado em junho, bem diferente da expectativa de criação de 95 mil empregos. Isso aumenta as chances de o Federal Reserve começar a cortar os juros americanos.

**Resumo dos impactos no mercado:**

**Dólar:**

* Acumulado na semana: -1,15%
* Acumulado no mês: -0,24%
* Acumulado no ano: -12,28%

**Ibovespa:**

* Acumulado na semana: -0,58%
* Acumulado no mês: +1,60%
* Acumulado no ano: +15,60%

**O polêmico pacote de Trump:**

Esse “grande e belo projeto” de Trump, além de reduzir impostos, aumenta os recursos para o controle da imigração e as verbas das Forças Armadas, enquanto corta programas sociais, principalmente na área da saúde. Ele também cria novas isenções fiscais e revoga incentivos à energia limpa implementados por Joe Biden. A proposta prorroga os cortes de impostos de 2017 e, ao mesmo tempo, reduz recursos para programas como o Medicaid. A estimativa é de um aumento de aproximadamente US$ 3,3 trilhões (cerca de R$ 18 trilhões) na dívida pública americana. A votação na Câmara estava prevista para quarta-feira, mas ainda não havia acontecido até o fechamento dos mercados. A expectativa é que seja sancionada até o feriado de 4 de julho.

**Tarifaço: a contagem regressiva:**

Com a situação no Oriente Médio mais estável, o “tarifaço” voltou aos holofotes. A suspensão das tarifas impostas por Trump está acabando, e a falta de acordos comerciais preocupa. O Canadá, inclusive, cancelou um imposto sobre serviços digitais direcionados às empresas americanas, numa tentativa de destravar as negociações. A União Europeia também busca um alívio nas tarifas como condição para qualquer acordo. O aumento das tarifas pode inflacionar os preços e reduzir o consumo, levando a uma desaceleração da economia americana e até a uma recessão global. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, segue cauteloso e quer mais informações sobre os impactos da inflação antes de reduzir os juros, ignorando as pressões de Trump.

**IOF: o impasse continua:**

A derrubada do aumento do IOF pelo Congresso continua gerando tensão. A equipe econômica estima uma perda de R$ 10 bilhões na arrecadação este ano, o que pode levar a novos cortes no Orçamento de 2025. O ministro Fernando Haddad reforçou a necessidade do aumento do IOF para equilibrar as contas em 2026 e disse que o governo precisa aprovar a MP que aumenta a tributação sobre apostas eletrônicas, criptoativos e fintechs, além de cortar R$ 15 bilhões em benefícios fiscais. Lula, por sua vez, defendeu o recurso ao STF contra a decisão do Congresso, dizendo que, sem isso, não governaria o país.

**Indicadores econômicos:**

A produção industrial brasileira caiu 0,5% em maio, em relação a abril, segundo o IBGE. Nos EUA, o relatório ADP mostrou um fechamento inesperado de 33 mil vagas no setor privado em junho.

*Com informações da agência de notícias Reuters.*

Fonte da Matéria: g1.globo.com