A condenação de P. Diddy em Nova York teve um sabor agridoce. O rapper foi considerado culpado em duas das cinco acusações, escapando por pouco de uma pena que poderia chegar à prisão perpétua. A reação da defesa? Choque, alívio e muita comemoração. Olha só: o júri o absolveu dos crimes mais graves, tráfico sexual e conspiração para extorsão, que, na real, eram os únicos que poderiam levá-lo a passar a vida atrás das grades.
O júri não se convenceu das acusações feitas pela cantora Cassie Ventura, ex-namorada de Diddy, e por uma testemunha que prestou depoimento sob pseudônimo, “Jane”. A dúvida persistiu: elas foram forçadas a participar de encontros sexuais? Diddy comandava uma quadrilha criminosa? A resposta, segundo o veredito, foi um sonoro “não”. Ufa!
Mas calma, a história não termina aí. Diddy foi condenado por duas acusações de transporte com fins de prostituição, uma para cada caso envolvendo Cassie e Jane. Cada uma dessas condenações pode resultar em até 10 anos de prisão, totalizando uma pena máxima de 20 anos. Tipo assim, uma pena alta, mas infinitamente menor do que a prisão perpétua que ele poderia estar enfrentando.
A tensão no tribunal foi palpável. Segundo o New York Times, quando o primeiro veredicto de “inocente” foi anunciado, um membro da família ficou completamente sem reação, boquiaberto. Em seguida, a emoção tomou conta: lágrimas de alegria e comemorações explodiram entre familiares e advogados. Ao final da leitura de todas as sentenças, Diddy se virou para seus entes queridos e disse: “Estou indo para casa”. Ele se referia a uma possível libertação durante o processo de apelação, mas, sabe, isso ainda precisa ser analisado pelo juiz. Diddy está preso desde setembro de 2024.
Como ele chegou até aqui? A acusação pintou um quadro sombrio. Diddy, segundo o processo, teria usado seu poder e influência para abusar, ameaçar e coagir diversas pessoas, principalmente mulheres, ao longo de mais de duas décadas. Seu império empresarial teria servido como uma estrutura para facilitar e esconder esses crimes.
A imagem do rapper começou a ruir no fim de 2023, quando Cassie o acusou de coerção física, uso de drogas e estupro em eventos que ele chamava de “freak offs” – maratonas sexuais alimentadas por drogas e que poderiam durar dias. Apesar de Cassie ter posteriormente retirado a queixa após um acordo, a denúncia abriu caminho para outras acusações contra Diddy, a maioria das quais ainda não foi julgada. Ele virou alvo de diversas ações civis que o descrevem como um “predador sexual violento”.
Em março de 2024, agentes federais vasculharam duas de suas mansões. Dois meses depois, um vídeo chocante veio à tona: Diddy arrastando Cassie pelos cabelos enquanto ela tentava escapar. As imagens, gravadas por uma câmera de segurança de um hotel em Los Angeles em 5 de março de 2016, foram um ponto de virada no caso. Quatro meses após o vazamento do vídeo, Diddy foi preso em Nova York sob suspeita de associação ilícita, tráfico sexual e transporte para prostituição. O julgamento começou em maio de 2025. Essa história, meu amigo, ainda tem muitos capítulos pela frente.
Fonte da Matéria: g1.globo.com