Presidente Lula vai poder visitar a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar. A autorização saiu nesta quarta-feira (2), segundo o jornal Clarín, um dia depois do pedido feito pelos advogados dela ao juiz Jorge Gorini. Ele é o responsável pela execução da pena de Kirchner. Que alívio, né? Imagina a situação dela!
Lula tá na Argentina justamente hoje, 2 de agosto, pra participar da cúpula do Mercosul, que vai até quinta (3). Uma coincidência e tanto, né? Será que foi proposital? A visita de Lula acontece num momento bem delicado.
Cristina foi condenada a seis anos de prisão por corrupção. Desde 17 de junho, ela tá em seu apartamento em Monserrat, bairro de Buenos Aires. A Suprema Corte argentina rejeitou os recursos da defesa. Ela conseguiu a prisão domiciliar por ter mais de 70 anos.
Mas, olha só, tem algumas regras bem rígidas. A Segunda Vara Federal impôs condições para que ela continue com a prisão domiciliar, incluindo a necessidade de autorização prévia para *todos* os visitantes que não estejam numa lista apresentada à Corte pelos advogados dela. Até onde eu sei, essa lista foi entregue uma semana antes.
O advogado dela, Beraldi, recorreu dessa restrição, o caso foi parar no Tribunal Federal de Cassação, mas enquanto não sai uma decisão, Cristina precisa seguir as regras atuais. Na lista de visitantes permitidos sem autorização prévia estão familiares, advogados, tutores, médicos, contadores e procuradores.
Aliás, mês passado, Lula ligou pra Cristina depois que a Suprema Corte rejeitou o recurso contra a condenação. Ele postou nas redes sociais: “Falei da importância de se manter firme neste momento difícil. Notei, com satisfação, a serenidade e determinação com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando”. Um gesto de solidariedade, não é?
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que não vai comentar o assunto.
A condenação de Cristina se deve ao favorecimento a Lázaro Báez, dono de uma empreiteira e amigo do casal Kirchner. A denúncia aponta que Báez ganhou 51 licitações para obras públicas, muitas superfaturadas e inacabadas. Segundo a acusação, ele repassava parte do dinheiro público pra Cristina, seu marido Néstor Kirchner (que governou de 2003 a 2007) e empresas de familiares.
A ex-presidente foi acusada de liderar uma organização criminosa e de administrar fraudes por 12 anos, incluindo os governos de Néstor e os dois dela. O prejuízo aos cofres públicos seria de US$ 1 bilhão. Cristina nega tudo e diz que a Justiça já tinha a sentença pronta antes mesmo do início do processo. Na época da condenação em primeira instância, ela chegou a comparar a Justiça a um “pelotão de fuzilamento”.
Além dela, Báez e outras duas pessoas também foram condenados a seis anos de prisão. Néstor Kirchner morreu em 2010.
Fonte da Matéria: g1.globo.com