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Haddad nega “traição” e afirma que governo não abandonou negociações sobre o IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou nesta quarta-feira, 2 de agosto, o atrito entre o governo e o Congresso sobre os decretos que elevam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista a jornalistas em Buenos Aires, durante compromissos com o Mercosul, Haddad rebateu as acusações de “traição” e garantiu: o Executivo não abandonou a mesa de negociações.

A polêmica surgiu após a Advocacia-Geral da União (AGU) recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar restabelecer os decretos que aumentaram as alíquotas do IOF, derrubados anteriormente pela Câmara e pelo Senado. “Na real, quem deixou a mesa não fomos nós”, explicou Haddad. “A gente saiu achando que estava tudo certo, e ninguém nos chamou de volta pra conversar”.

Os decretos, editados por Lula para aumentar a arrecadação, surpreenderam o governo com sua rejeição no Congresso. Apesar disso, Haddad minimizou a situação, afirmando que a ação da AGU é meramente jurídica. “Olha só, o que a AGU fez foi questionar a constitucionalidade dos decretos. É uma questão jurídica, ponto. O Supremo vai decidir se o decreto do presidente é constitucional ou não. Não tem nada de econômico ou político envolvido”, argumentou.

O ministro reforçou que a equipe econômica conta com o apoio do Legislativo em pautas prioritárias e não tem reclamações sobre as lideranças da Câmara, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, sob o comando de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Questionado sobre possíveis prejuízos a outras propostas governamentais, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil, Haddad se mostrou confiante.

“Me parece que tá se insinuando que o Congresso vai prejudicar a população mais pobre por causa dessa questão no STF. Mas, tipo assim, não recebi nenhuma ameaça nesse sentido de nenhum líder. Ninguém me disse que uma decisão do STF favorável ao presidente ia prejudicar a população de baixa renda”, concluiu Haddad. A imagem que acompanhava a matéria mostrava Lula e Haddad durante o lançamento do Plano Safra no Palácio do Planalto, em 1º de julho de 2025. (Reuters/Adriano Machado)

Fonte da Matéria: g1.globo.com