Depois do presidente americano, Donald Trump, anunciar na terça (1º) que Israel aceitou uma proposta de cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza, o Hamas declarou na quarta (2), que está sim disposto a negociar. Mas, olha só, a condição é clara: o acordo precisa garantir o fim completo da guerra!
Taher al-Nunu, um oficial do grupo, disse à Associated Press que o Hamas tá pronto, totalmente comprometido com um acordo, desde que ele, de fato, ponha um fim definitivo à guerra.
Sabe, já se passaram quase 21 meses de conflito, e as tentativas de trégua entre Israel e o Hamas sempre fracassaram. Nessa, o Hamas quer a libertação dos 50 reféns restantes – menos da metade deles, segundo informações, ainda está viva – em troca de uma retirada total de Israel de Gaza e o fim das hostilidades.
Israel, por outro lado, só aceita o fim da guerra se o Hamas se render, desarmar e se exilar. Uma condição que o grupo, claro, recusa veementemente.
Segundo uma fonte israelense, a proposta americana prevê, durante esses 60 dias de trégua, uma retirada parcial de Israel de Gaza e um aumento na ajuda humanitária. Mediadores e os EUA garantiriam as negociações para o fim da guerra, mas Israel não se comprometeu oficialmente com isso, não é mesmo?
Trump, ao anunciar a aceitação israelense na terça, fez um apelo ao Hamas: aceitem o acordo antes que a situação fique ainda pior!
Uma autoridade do Hamas, falando sob condição de anonimato, revelou que uma delegação do grupo vai se encontrar com mediadores egípcios e catarianos no Cairo, ainda na quarta, para discutir a proposta americana. Israel, por enquanto, ainda não se manifestou publicamente sobre o anúncio de Trump.
A distribuição de ajuda humanitária em Gaza, aliás, tem sido um caos. Trump, na sua declaração, disse que a proposta final para o cessar-fogo está sendo finalizada pelo Catar e Egito e deve ser apresentada em breve. Ele também informou que representantes dos EUA tiveram uma longa reunião com autoridades israelenses para discutir o assunto. Em suas redes sociais, ele escreveu: “Israel concordou com as condições necessárias para finalizar o cessar-fogo de 60 dias, durante o qual vamos trabalhar com todas as partes para acabar com a guerra”.
Vale lembrar que a guerra começou em 7 de outubro de 2023, com a invasão de Israel por terroristas liderados pelo Hamas. O ataque resultou em cerca de 1.200 mortos e 251 reféns israelenses, a maioria civis. Desde então, a campanha militar israelense já causou, segundo autoridades do Hamas, mais de 56 mil mortes entre os palestinos. Gaza está devastada, a população, em grande parte deslocada, enfrenta desnutrição generalizada. Uma situação, no mínimo, aterradora.
Um breve cessar-fogo de 40 dias, entre janeiro e março de 2025, foi estabelecido, mas Israel retomou as ofensivas logo depois. Durante aquela trégua, o Hamas devolveu reféns e Israel libertou prisioneiros palestinos.
Fonte da Matéria: g1.globo.com