A terça-feira (1º) terminou com o dólar em alta de 0,51%, fechando a R$ 5,4610, enquanto a Ibovespa subiu 0,50%, alcançando 139.549 pontos. Mas a calma foi só aparente! Nesta quarta-feira (2), a situação é outra: os mercados, lá fora e cá dentro, estão numa verdadeira gangorra, aguardando ansiosamente a decisão sobre o novo pacote econômico de Trump.
Por volta das 10h, o dólar apresentava uma leve alta de 0,03%, cotado a R$ 5,4626. Já o Ibovespa, também instável, operava com queda tímida de 0,03%, aos 139.541 pontos. A principal razão para essa volatilidade? A votação, na Câmara dos Deputados dos EUA, do polêmico megapacote de Trump, que já passou pelo Senado.
Esse “superprojeto” de quase mil páginas (940, pra ser exato) prevê cortes de impostos e um aumento considerável nos gastos públicos americanos. Isso, meus amigos, pode gerar um rombo de US$ 3,3 trilhões na dívida pública americana na próxima década! Imagina o tamanho da encrenca! A desconfiança em relação à maior economia do mundo, claro, aumenta.
E não para por aí! Os investidores também estão de olho no prazo da suspensão das tarifas de Trump, que está acabando. Faltam poucos dias para o fim da trégua, e apenas dois acordos comerciais foram fechados até agora. A tensão tá no ar!
Aqui no Brasil, a situação também não tá fácil. A derrubada do projeto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) deixou todo mundo de cabelo em pé. Como o g1 já mostrou, a queda na arrecadação e a resistência do Congresso provavelmente vão forçar novos cortes no orçamento. O governo precisa dar uma resposta, e o mercado tá esperando.
Pra completar o cenário de incerteza, uma série de indicadores econômicos nacionais e internacionais estão sendo divulgados. A produção industrial brasileira de maio, por exemplo, caiu pelo segundo mês seguido. Nos EUA, os dados de emprego também estão no radar.
**Resumo da situação:**
**Dólar:**
* Acumulado na semana: -0,41%
* Acumulado no mês: +0,51%
* Acumulado no ano: -11,63%
**Ibovespa:**
* Acumulado na semana: -0,58%
* Acumulado no mês: +1,96%
* Acumulado no ano: +16,02%
**O “grande e belo” pacote de Trump:**
Apelidado de “One Big Beautiful Bill”, o pacote de Trump é um verdadeiro coquetel explosivo: aumento de recursos para controle de imigração, mais verba para as Forças Armadas, cortes em programas sociais (principalmente saúde), novas isenções fiscais e revogação de incentivos à energia limpa implementados por Biden. Ele prorroga os cortes de impostos de 2017, mas reduz recursos para programas como o Medicaid. A dívida pública americana pode aumentar em absurdos US$ 3,3 trilhões (cerca de R$ 18 trilhões), segundo o CBO (Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA). A votação na Câmara está prevista para esta quarta-feira (2), e Trump quer sancionar a lei até o feriado de 4 de julho. O presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que vai correr para cumprir o prazo.
**Tarifaço: a contagem regressiva:**
Com a situação no Oriente Médio mais calma, o “tarifaço” de Trump voltou à pauta. A suspensão de 90 dias das tarifas está perto do fim, e a falta de acordos comerciais preocupa. Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, já avisaram: não haverá extensão do prazo. O Canadá, na tentativa de destravar as negociações, cancelou um imposto sobre serviços digitais direcionados a empresas americanas. A União Europeia, por sua vez, quer alívio nas tarifas para setores estratégicos em troca de um acordo. O mercado teme que o aumento das tarifas eleve os preços e a inflação, levando a uma desaceleração da economia americana e até mesmo a uma recessão global. O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, fica de olho na situação e, por enquanto, não pretende reduzir os juros. Jerome Powell, presidente do Fed, quer mais informações sobre o impacto das tarifas na inflação antes de tomar qualquer decisão, ignorando as pressões de Trump.
**IOF no Brasil: a polêmica continua:**
A derrubada do aumento do IOF no Congresso causou um terremoto nas contas públicas brasileiras. A perda de arrecadação estimada é de R$ 10 bilhões ainda este ano. Especialistas temem novos cortes no Orçamento de 2025. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que precisa do aumento do IOF para equilibrar as contas em 2026 e que a MP (Medida Provisória) que aumenta impostos sobre apostas eletrônicas, criptoativos e fintechs, além de cortes em benefícios fiscais, é crucial. Ele busca diálogo com o Congresso.
**Agenda econômica:**
A produção industrial brasileira caiu 0,5% em maio, em relação a abril, segundo o IBGE. Nos EUA, o setor privado teve um fechamento inesperado de 33 mil vagas em junho, segundo a ADP.
*Com informações da Reuters.*
Fonte da Matéria: g1.globo.com