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Onda de Calor Extrema Fecha Escolas na Europa e Leva Temperaturas a Mais de 40°C

Uma intensa onda de calor atinge a Europa nesta segunda-feira (30), com temperaturas previstas para permanecerem elevadas por vários dias em países como Itália, Portugal, França e Espanha. Nos últimos dias, termômetros registraram picos de até 44°C em algumas regiões.

Na França, o alerta laranja, o segundo nível mais alto, foi emitido para 84 das 95 regiões do país (excluindo territórios ultramarinos) para segunda e terça-feira (1º). Nessas áreas, as temperaturas devem superar os 40°C, com a onda de calor prevista para durar pelo menos até meados da semana. “Nunca vimos isso antes”, declarou a ministra da Transição Ecológica francesa, Agnès Pannier-Runacher, no domingo (29). Em resposta à situação, empresas receberam orientações para proteger seus funcionários, e cerca de 200 das 45 mil escolas públicas francesas fecharam parcial ou totalmente na segunda, terça ou quarta-feira (2). Um morador de Bordeaux, Evan Bernard, descreveu a situação em seu apartamento como “um inferno”, relatando à AFP que vivem no escuro devido ao calor extremo.

A situação é crítica em diversos países:

* **Portugal:** Dois terços do país estavam em alerta máximo no domingo devido ao calor extremo e ao risco de incêndios. Em Lisboa, as temperaturas deveriam ultrapassar os 42°C.

* **Itália:** O Ministério da Saúde italiano colocou 21 das 27 cidades monitoradas sob o nível mais alto de alerta de calor no domingo, incluindo importantes destinos turísticos como Roma, Milão e Nápoles. Algumas regiões, como Lazio e Toscana, planejam proibir trabalhos ao ar livre durante os horários mais quentes do dia. Em Roma, turistas buscavam desesperadamente sombra perto de pontos turísticos como o Coliseu e a Fontana di Trevi, utilizando guarda-chuvas e fontes públicas para se refrescar.

* **Grécia:** O país está novamente sob alerta máximo para incêndios florestais devido às condições climáticas extremas. Um grande incêndio, que eclodiu ao sul de Atenas na quinta-feira, forçou evacuações e bloqueou estradas próximas ao antigo Templo de Poseidon. Os fortes ventos espalharam as chamas, causando danos a casas e cobrindo o céu com fumaça. As autoridades gregas mobilizaram 130 bombeiros, 12 aviões e 12 helicópteros para combater o incêndio, evacuando 40 pessoas de cinco áreas afetadas.

* **Espanha:** Moradores e turistas enfrentaram dificuldades para se refrescar, com temperaturas atingindo 42°C em Sevilha e outras localidades no sul e centro do país. As temperaturas no sul da Espanha ficaram acima das médias sazonais, resultando em alertas de saúde. O serviço meteorológico nacional, Aemet, prevê que junho quebrará um novo recorde, tornando-se o mês mais quente desde o início dos registros. Um fotógrafo de 32 anos, Diego Radamés, residente em Madri, onde foram registrados 40°C, lamentou: “Esse calor não é normal para esta época do ano”. No sábado, a Espanha registrou a temperatura recorde de 46°C em Granada, superando o recorde anterior de 45,2°C em Sevilha, em junho de 1965.

No Mar Mediterrâneo, a temperatura da água ultrapassou os 26°C nas Ilhas Baleares, nível “típico de meados de agosto”, segundo o Aemet. Na Itália, 21 cidades estavam em alerta máximo no domingo devido ao calor extremo, incluindo Milão, Nápoles, Veneza, Florença e Roma, onde ambulâncias foram posicionadas próximas a pontos turísticos. Os serviços de emergência hospitalares italianos relataram um aumento de 10% nos casos de insolação, segundo Mario Guarino, vice-presidente da Sociedade Italiana de Medicina de Emergência, principalmente nas cidades com alta temperatura e umidade. As principais vítimas são idosos, pacientes com câncer e pessoas em situação de rua, sofrendo de desidratação, insolação e exaustão.

Em Veneza, visitas guiadas gratuitas foram oferecidas a pessoas acima de 75 anos em museus com ar condicionado e prédios públicos. Em Roma, o acesso a piscinas foi liberado para pessoas acima de 70 anos. Em Bolonha, foram instalados “refúgios climáticos”, enquanto desumidificadores foram distribuídos a pessoas carentes em Ancona. Emanuel Piervitali, pesquisador do Instituto Italiano para a Proteção e Pesquisa Ambiental (ISPRA), observa que as ondas de calor na região mediterrânea se tornaram mais frequentes e intensas nos últimos anos, com o efeito de “ilha de calor urbana” agravando as temperaturas.

Cientistas atribuem as recorrentes ondas de calor ao aquecimento global, prevendo que elas se tornarão mais frequentes, duradouras e intensas. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU) afirma ser “quase certo” que a frequência, intensidade e duração das ondas de calor aumentaram desde 1950 e continuarão a aumentar com o aquecimento global. Em Portugal, várias regiões do sul, incluindo Lisboa, estavam em alerta vermelho até a noite de segunda-feira, com risco máximo de incêndios, situação semelhante à Sicília, onde os bombeiros combateram 15 focos de incêndio no sábado. Em Lisboa, moradores e turistas buscavam se proteger do calor, com relatos de casos de insolação e queimaduras. Um turista francês, Cédric Gérard, relatou a dificuldade em suportar o calor, fazendo pausas frequentes para se hidratar.

Fonte da Matéria: g1.globo.com