O dólar encerrou a segunda-feira (30/06) em queda, invertendo a tendência positiva da manhã. A moeda norte-americana registrou baixa de 0,85%, cotada a R$ 5,4366 por volta das 15h. Em contraponto, o Ibovespa fechou o dia com alta de 1,31%, alcançando 138.654 pontos. Na sexta-feira (27/06), o dólar havia caído 0,27%, fechando a R$ 5,4834, enquanto o Ibovespa recuou 0,18%, aos 136.866 pontos.
A movimentação do mercado nesta segunda-feira foi influenciada por uma agenda econômica intensa, com a expectativa de novos dados de atividade no Brasil e no exterior. No Brasil, o destaque foi a divulgação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que apontou a criação de mais de 148 mil vagas formais em maio.
No cenário internacional, investidores monitoraram dados econômicos dos Estados Unidos e da Europa, além do andamento do projeto de lei orçamentário do presidente norte-americano, Donald Trump, que avançou no Senado no fim de semana. Declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) também influenciaram as negociações.
Outro fator relevante foi o desdobramento da rejeição pelo Congresso Nacional do projeto que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na semana anterior. Como reportado pelo g1, a redução na arrecadação esperada e a resistência do Congresso devem resultar em novos cortes orçamentários, gerando incertezas no mercado e aguarda-se a postura do governo frente a essa situação.
Em entrevista à GloboNews na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o presidente Lula (PT) solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) uma avaliação sobre a constitucionalidade da decisão da Câmara dos Deputados em derrubar o aumento do IOF, questionando se a medida fere a separação de poderes.
A proximidade do fim do período de suspensão das tarifas impostas por Donald Trump e o andamento do projeto orçamentário no Senado americano também mantiveram os investidores atentos.
**Desempenho acumulado:**
* **Dólar:** * Semana: -0,75% * Mês: -4,10% * Ano: -11,27% * **Ibovespa:** * Semana: -0,58% (correção: dado original apresentava inconsistência) * Mês: -0,12% * Ano: +13,79%
**Dados econômicos em foco:**
A semana iniciou com uma série de indicadores econômicos relevantes. O Boletim Focus, que compila as projeções do mercado financeiro, mostrou uma redução nas estimativas de inflação para o Brasil pela quinta semana consecutiva. Os dados do CAGED, divulgados pelo Ministério do Trabalho, indicaram a geração de 148.99 mil empregos formais em maio, um aumento de 6,7% em comparação ao mesmo mês do ano anterior (139.55 mil empregos).
Nos Estados Unidos, o foco se concentrou na política monetária, com novos dados de atividade e declarações de membros do Fed. O índice de preços PCE registrou alta de 0,1% em maio, mesma taxa de abril, e inflação acumulada em 12 meses de 2,3%. O Departamento de Comércio americano também divulgou uma queda inesperada de 0,1% nos gastos do consumidor em maio, após um aumento revisado de 0,2% em abril. Esse resultado reforçou as expectativas de um corte de juros pelo Fed. A votação final do projeto de lei orçamentário, conhecido como “One Big Beautiful Bill”, estava prevista para o Senado americano na segunda-feira.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou ajustes em sua estratégia de juros após um período de alta nos preços. O índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro também estava sendo monitorado.
**Impacto da derrubada do aumento do IOF:**
A derrubada do decreto que aumentava o IOF pelo Congresso gerou preocupações com as contas públicas. A equipe econômica estima uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação em 2024. Especialistas consultados pelo g1 preveem novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento de 2025. Haddad afirmou que o presidente Lula acionou a AGU para avaliar se a decisão da Câmara fere a autonomia do Executivo. Segundo o ministro, caso a AGU confirme a usurpação de prerrogativas do Executivo, o governo recorrerá à Justiça. Haddad negou omissão do presidente Lula no caso. Ele defendeu o aumento do IOF, argumentando que o percentual anterior era superior a 6% até o fim de 2022 e que a medida visava combater a evasão fiscal.
**Guerra comercial e pressão sobre o Fed:**
Com a situação no Oriente Médio mais estável, a guerra comercial iniciada por Donald Trump voltou a ser foco de atenção. A suspensão de 90 dias das tarifas está próxima do fim, e o mercado aguarda novas negociações. O Canadá cancelou seu imposto sobre serviços digitais direcionados a empresas americanas, em uma tentativa de avançar nas negociações comerciais. O mercado teme que o aumento de tarifas impacte os preços ao consumidor e a produção, pressionando a inflação e a economia americana, podendo levar a uma recessão global. As declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, sobre a influência das tarifas na inflação e nos rumos da taxa de juros, continuam sendo analisadas com atenção, após duras críticas de Donald Trump. *Com informações da agência de notícias Reuters.*
(Imagem: Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025. Tatan Syuflana/ AP)
Fonte da Matéria: g1.globo.com
O dólar encerrou a segunda-feira em queda de 0,85%, cotado a R$ 5,4366.
O Ibovespa fechou o dia com alta de 1,31%, alcançando 138.654 pontos.
A movimentação foi influenciada por uma agenda econômica intensa, incluindo dados de atividade no Brasil e no exterior, declarações do Federal Reserve, e o desdobramento da rejeição do projeto que elevava o IOF.
A rejeição deve resultar em novos cortes orçamentários, gerando incertezas no mercado e aguarda-se a postura do governo.
O Boletim Focus mostrou redução nas estimativas de inflação para o Brasil pela quinta semana consecutiva, e foram divulgados os dados do CAGED, que apontou a criação de mais de 148 mil vagas formais em maio.