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“O Último Azul”: Rodrigo Santoro celebra filme brasileiro que desafia o etarismo e mira no Oscar

“O Último Azul”, do diretor Gabriel Mascaro, já causou impacto! Depois de levar o Urso de Prata no Festival de Berlim, o filme chegou aos cinemas brasileiros na quinta-feira (28) e agora tá na torcida por uma vaga no Oscar 2026. Olha só que incrível! A trama, uma distopia amazônica, faz uma crítica ferrenha ao etarismo e ao capitalismo, numa pegada bem humorada e irônica.

Mascaro, pernambucano que já havia nos presenteado com “Boi Neon” (2015) e “Divino Amor” (2019), continua com seu olhar crítico sobre as feridas sociais do Brasil. Desta vez, a inspiração veio de perto, sabe? Ele pensou na avó, que, após a morte do avô, recriou sua vida, mostrando que nunca é tarde para recomeçar. “Eu queria um filme lírico, delirantes, pop, sabe? Brincalhão, livre, que dialogasse com o público brasileiro”, contou o diretor em entrevista ao g1.

A história gira em torno de Tereza (Denise Weinberg), uma faxineira de 77 anos que trabalha num frigorífico de jacarés na Amazônia. Sua vida tranquila é abalada quando ela é convocada para uma colônia de idosos criada pelo governo, um tipo de “limpeza geracional”. A lei manda todos os idosos acima de 80 anos para lá, até a morte, para não “atrapalhar” o trabalho. Só que a idade mínima cai para 75 anos, e Tereza vê o tempo se esgotando. Aí, ela decide realizar um sonho antigo: voar de avião!

A jornada de Tereza é visceral. Navegando pelos rios amazônicos, ela encontra o caracol baba-azul, criatura que expele uma gosma azulada neon, capaz, segundo a lenda, de revelar o futuro. “É pensar na contradição da Amazônia, um lugar de produção, economia, mas também de magia”, explica Mascaro. Pra ele, o filme pulsa vida, uma verdadeira ode à paixão pela existência.

Denise Weinberg, que interpreta Tereza, concorda. “Não é um filme sobre velhos, ou para velhos”, afirma a atriz. “É sobre enxergar o idoso como alguém ainda cheio de pulsão, de desejos. O jovem não pode dizer ‘espera aí, vovó, fica quietinha no sofá’. A família muitas vezes aprisiona o idoso numa ‘caixinha’, mas ele é capaz de muito mais! São desejos diferentes dos de um jovem de 30 anos, mas são desejos sim!”.

Ela acredita que o desprezo pelos idosos está ligado ao capitalismo, e “O Último Azul” critica isso com diálogos hilários e cenas sutis – o filme começa com uma linha de produção industrial, olha só que genial! “Tereza é uma personagem multifacetada, simbólica. Na nossa sociedade, envelhecer significa o fim, a derrota. É uma preocupação constante com estética, procedimentos… uma verdadeira escravidão para se manter jovem”, destaca Denise.

Rodrigo Santoro, que interpreta um barqueiro durão, porém sensível, completa: “Geralmente, os idosos no cinema são personagens ligados à finitude, memória, família… sábios que dão conselhos. Nunca um personagem com tanta pulsão de vida”. Ele e Tereza se encontram em um momento crucial: a descoberta do caracol baba-azul.

Rodrigo, que é um dos brasileiros que mais atuou em filmes internacionais, se mostra animado com o sucesso do cinema nacional, citando o Urso de Prata de “O Último Azul” e o Oscar de “Ainda Estou Aqui” (2024). “O cinema brasileiro está encontrando sua identidade”, comemora. Mas ele vai além dos prêmios: “Ver o sucesso de ‘Ainda Estou Aqui’, todo mundo no cinema… o público participando ativamente, alimentando a indústria que conta nossas histórias… isso é inspirador!”.

Por fim, o desejo de Rodrigo para “O Último Azul” é simples e direto: “Que o orgulho que o público está sentindo se transforme em presença nas salas de cinema”. A gente torce muito por isso!

Fonte da Matéria: g1.globo.com