Olha só que situação! O Pentágono divulgou, na terça-feira (26), imagens de seus navios de guerra e veículos anfíbios operando no Atlântico. A galera toda, inclusive o Grupo Anfíbio Pronto Iwo Jima – com os USS San Antonio e USS Iwo Jima, além da 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais – tá no meio dessa movimentação. O vídeo, que você confere aí em cima, mostra caminhões e equipamentos militares também.
Segundo o governo americano, é um deslocamento “rotineiro”, sabe? Mas, na real, a frota toda já tinha sido enviada para o sul do Caribe, pertinho da Venezuela. O vídeo foi gravado dia 22 de agosto, antes dos navios partirem de Norfolk, nos EUA. As agências de notícias dizem que a viagem começou na segunda-feira, dia 25, mas ninguém sabe ao certo onde eles estão agora.
Os EUA afirmam que a operação visa combater o tráfico de drogas internacional. Mas, vamos combinar, já se falava que a iniciativa também tinha Maduro na mira. O Pentágono classifica as embarcações como “letais, capazes e adaptáveis” – bem, isso não deixa dúvidas, né?
Tipo assim, um dia antes da imprensa americana começar a falar sobre a movimentação dos navios, no dia 19 de agosto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, soltou o verbo: os EUA estão prontos pra usar “toda a força” contra Maduro. A declaração foi direta: “Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas”. Uau!
Reuters e Associated Press falam em seis navios de guerra americanos no sul do Caribe, perto da Venezuela. E não para por aí: centenas de militares e um submarino nuclear também estariam envolvidos. A Casa Branca? Nem confirma, nem desmente. As embarcações do vídeo fazem parte de um esquadrão anfíbio, capaz de operações de invasão. Arrepiou, né?
Além disso, tem relatos de aviões espiões P-8 Poseidon e dos destróieres USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson na área. A Reuters tentou mais informações, mas as fontes se recusaram a dar detalhes.
Na segunda-feira (25), o Departamento de Defesa divulgou imagens de militares simulando uma missão a bordo do USS Iwo Jima, no Atlântico. Detalhes? Zero. Já na quarta-feira (27), a Marinha postou uma foto nas redes sociais de um avião em exercício a bordo do mesmo navio. Só que a foto é de 16 de agosto… Será que estão tentando despistar a gente?
Maduro, o presidente venezuelano, acusado pelos EUA de narcoterrorismo e líder do Cartel de los Soles (recentemente classificado como organização terrorista internacional pelos EUA), vê tudo isso como uma ameaça. Em agosto, os EUA dobraram a recompensa por informações que levem à sua prisão para US$ 50 milhões. A reação de Maduro? Mobilizar 4,5 milhões de milicianos para defender o país. “Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela”, declarou. “Mísseis e fuzis para a classe operária, para defender a nossa pátria!”
A Venezuela também mandou 15 mil militares para a fronteira com a Colômbia, depois que o governo colombiano disse que os EUA estavam usando o narcotráfico como desculpa para uma invasão militar. A Colômbia, por sua vez, negou qualquer colaboração com Maduro.
Em um documento enviado à ONU na terça-feira, a Venezuela disse que os navios americanos devem chegar à costa venezuelana no início da próxima semana. O documento classifica as ações dos EUA como “grave ameaça à paz e à segurança regional”, pedindo que a ONU monitore a situação.
Enquanto isso, Argentina, Equador, Paraguai e Guiana seguiram os EUA e declararam o Cartel de los Soles uma organização terrorista. Trinidad e Tobago também apoiou a ação militar americana. Essa situação tá tensa, hein?
Fonte da Matéria: g1.globo.com