Nossa! Os mercados argentinos sofreram um verdadeiro terremoto nesta segunda-feira (8)! A derrota inesperada do governo de Javier Milei nas eleições legislativas da província de Buenos Aires – uma região super importante, aliás – causou um verdadeiro tsunami financeiro. A pancada foi tão forte que pegou todo mundo de surpresa, pouco antes das eleições nacionais de meio de mandato em outubro.
A situação tá feia: as ações despencaram mais de 13% no começo do pregão! Os títulos da dívida pública? Nem se fala: recuaram mais de 6% antes mesmo da abertura oficial. Me parece que o mercado sentiu o baque na alma. Às 10h40 (horário de Brasília), o índice S&P Merval já registrava uma queda assustadora de 11,5% na Bolsa de Buenos Aires. E o peso argentino? Desvalorizou-se 5,14%, sendo negociado a 1.440 por dólar. Isso é inacreditável! A moeda atingiu seu menor valor histórico, gente! Uma situação crítica que levou o próprio Milei a convocar seu gabinete para uma reunião de emergência. A pressão tá imensa.
O Morgan Stanley, em nota aos seus clientes, resumiu bem o clima de apreensão: “Esses resultados parecem aumentar a probabilidade de um cenário central de baixa, no qual o mercado questiona a probabilidade de reformas contínuas e a incerteza em relação às futuras fontes de financiamento externo aumenta”. Ou seja, o futuro parece nebuloso.
Operadores de mercado estão de olho no nível de 1.464 pesos por dólar. Esse valor representa o limite superior da faixa flutuante definida desde que o Banco Central da Argentina (BCRA) suspendeu as restrições cambiais em meados de abril. Tá todo mundo na corda bamba!
Milei reconheceu a derrota, claro. Ele reafirmou seu compromisso com a política econômica atual, mas deixou escapar a possibilidade de ajustes políticos para as eleições nacionais de outubro. A diferença de 13,7 pontos percentuais na província de Buenos Aires – um reduto tradicional do partido peronista – foi, na real, um choque. Ninguém esperava por isso.
Roberto Geretto, analista da AdCap, pintou um quadro ainda mais sombrio: “Com o resultado das eleições, é mais provável que o governo se mantenha firme em vez de mudar o gabinete ou as políticas. Portanto, espere mais intervenções no dólar e aumentos de taxas. A transição para outubro promete ser turbulenta.” Ele completou, com um tom pessimista: “Embora mudar o rumo da economia não seja fácil, permanecer na mesma situação tem seus custos, onde o governo provavelmente terá que usar mais reservas e taxas de juros. Depois da tempestade, o resultado de ontem (domingo) significa que depois de outubro há uma grande chance de uma mudança na política monetária e cambial.” Ufa!
Enquanto isso, Milei anunciou um pacote de medidas para tentar, quem sabe, aumentar a circulação de dólares na economia argentina. Será que vai adiantar? Só o tempo dirá. A situação é, no mínimo, preocupante.
Fonte da Matéria: g1.globo.com