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Bolívia: Eleições de Domingo Marcam Fim de Era para a Esquerda

Neste domingo (17), a Bolívia vai às urnas em meio a uma crise econômica brutal. A expectativa é de uma reviravolta histórica: após 20 anos de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Evo Morales, o país parece prestes a eleger um presidente de direita. Nossa! A guinada tá sendo esperada com ansiedade.

As pesquisas apontam para um segundo turno em 19 de outubro, com Samuel Doria Medina, empresário de 66 anos, e Jorge Quiroga, ex-presidente de 65 anos, como favoritos. Medina concorre pela Aliança Unidade Nacional, enquanto Quiroga representa a Aliança Livre – ambos partidos de direita. A promessa? Acabar com o modelo econômico estatal do MAS. Aí, meu amigo, vai ser mudança radical!

Olha só as fotos dos candidatos: Doria Medina, em um ato de campanha em La Paz no dia 12 de agosto de 2025 (Claudia Morales/Reuters), e Quiroga, em ato semelhante em 13 de agosto do mesmo ano (Pilar Olivares/Reuters).

A situação na Bolívia, que abriga 11,3 milhões de habitantes e é rica em lítio, tá feia. Falta dólar, combustível, comida… A inflação, próxima de 25%, é a maior desde 2008. A culpa, segundo a maioria, é do governo impopular de Luis Arce.

“Nossa situação tá realmente no chão”, desabafou Freddy Millán, engenheiro de 53 anos de Santa Cruz, à AFP. “A moeda desvalorizou, os salários não dão pra nada, tudo tá caríssimo”. A realidade, gente, é dura.

Por anos, a economia boliviana dependia do gás. Mas desde 2017, a produção despencou. Quase 8 milhões de bolivianos, com voto obrigatório, vão decidir o futuro do país.

Essa eleição marca, na real, um possível fim de ciclo para a esquerda boliviana. O pior resultado desde a chegada de Morales ao poder em 2006. Ele governou até 2019 e depois impulsionou a vitória de Arce, seu ex-ministro. Ironia da vida, né?

Morales, impedido pela Justiça de concorrer a um quarto mandato, e envolvido em um processo por suposto tráfico de menores (acusação que ele nega), tá refugiado numa pequena vila e pedindo votos nulos. Em declaração à AFP, disse que “não vai fugir” e continuará a luta “nas ruas e nos caminhos”. Uau!

A briga entre Morales e Arce rachou o MAS e piorou a crise, com violência e bloqueios de rodovias. A popularidade da esquerda desabou. Eduardo Del Castillo e Andrónico Rodríguez, ambos do governo e com 36 anos, aparecem bem atrás nas pesquisas.

“A crise nos afetou muito”, comentou Alejandra Ticona, estudante de Direito de 24 anos em La Paz. “Acho que todo mundo quer mudar”. Apesar de reconhecer os benefícios da esquerda para agricultores, como sua família, ela apoia a direita para resolver os problemas econômicos.

Doria Medina e Quiroga prometem um choque de austeridade: corte de gastos públicos e fim dos subsídios. “Vai começar uma nova etapa”, disse Doria Medina à AFP, “recuperando a estabilidade econômica, saindo do estatismo e tendo uma economia capitalista”. Quiroga promete uma “mudança sísmica”.

Depois de 20 anos do MAS, “o governo não pode mais culpar ninguém” pela crise, afirma o internacionalista Pablo Calderón, da Northeastern University de Londres. Apesar do crescimento econômico, redução da pobreza (de 60% para 37%) e empoderamento indígena sob Morales, a população quer mudanças.

Calderón alerta para mudanças radicais, principalmente em programas sociais. Glaeldys González, analista do Crisis Group, concorda que há abertura para liberalização econômica e redução do papel do Estado. “A situação econômica é a pior desta geração”, enfatiza. “Há muita abertura para esse tipo de política”. A expectativa é grande. O que vem por aí? Só o tempo dirá.

Fonte da Matéria: g1.globo.com